Como se sabe, o fim de ano é a época que mais provoca
depressão. No caso de Rosemary Novoa Noronha, ex-chefe do Gabinete da
Presidência da República em São Paulo, a chegada do período de festas só fez
agravar sua situação, o que é bastante compreensível.
De uma hora para outra, Rose perdeu tudo. Era uma mulher
bem sucedida e poderosa, que influía na administração federal e nos governos
estaduais e municipais geridos pelo PT. De repente, perdeu o emprego e a
família despencou, com o ex-marido, o atual e uma filha, todos demitidos
preventivamente pela presidente Dilma Rousseff, assim que eclodiu o escândalo
da Operação Porto Seguro.
Os planos da companheira Rose vieram por água abaixo
justamente no final de ano, quando haveria motivos para grandes comemorações,
entre eles a criação de uma escola de línguas, com filiais em várias cidades,
em sociedade com o cúmplice Paulo Vieira, ex-diretor da Agência Nacional de
Águas, também demitido no arrastão da Operação Porto Seguro.
O estabelecimento de ensino seria registrado nos nomes
das filhas da ex-assessora da Presidência, Meline e Mirelle, esta última
exonerada do governo federal após o escândalo da corrupção nas agências
seguradoras. A escola teria um capital inicial de R$ 100 mil reais e seria
sediada no escritório do ex-marido de Rosemary, José Cláudio de Noronha, também
demitido, nessa tragédia familiar que vem transcorrendo ao estilo de Nelson
Rodrigues.
Neste Natal, pela primeira vez nos últimos anos, Lula e
Rose não trocaram presentes, não houve amigo oculto, telefonemas, cartões,
nada, nada. Ela quer sua vida de volta, mas isso o ex-presidente não poderá
mais lhe dar.
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EM LUGAR INCERTO
Enquanto Lula, acompanhado de dona Marisa Letícia,
viajava pela Europa, o comando do PT e a direção do Instituto Lula (leia-se
Paulo Okamoto, Clara Ant, José de Filippi Júnior, Luiz Dulci e Paulo Vannuchi),
por orientação do ex-ministro da Justiça Márcio Thomaz Bastos, se movimentaram
para manter a companheira Rose em lugar incerto e não sabido.Não se trata de cárcere privado, porque a própria Rose
sabe que não pode sair para lugar nenhum, nem mesmo para ir ao cabeleireiro ou
ao supermercado.
* Clipping Carlos Newton, Tribuna da Imprensa