O governo Sartori poderá antecipar para esta segunda a segunda parcela dos salários de quem ainda não recebeu no Executivo. A data prevista era quinta.
A terceira parcela será mantida para o dia 25.
Se pagar na segunda, 71% do funcionalismo terá recebido seu pagamento.
Blogueiro volta a cobrar explicações de Luciana Genro e Pedro Ruas sobre emboscada e espancamento de militantes dissidentes do PSOL
O blogueiro Thales Bouchaton, que também é advogado, voltou a exigir amplas explicações por parte das lideranças estaduais do PSOL do RS, relativamente à embosca, sessão de espancamentos, tentativa de homicídio e enjaulamento de um trio de militantes dissidentes do Partido em Porto Alegre. um dos quais, o jornalista Alexandre Dornelles, resultou com o braço quebrado. Alexandre foi tesoureiro estadual do PSOL.
A mídia gaúcha e brasileira tem ignorado a violência dos militantes do PSOL, um dos quais é assessora da vereadora Fernanda Melchiona e foi candidata a vereadora de Porto Alegre e depois candidatas a deputada no ano passado (no Rio Grande do Norte, pasmem !"). O jornal Zero Hora chegou a publicar uma reportagem e ficou por aí.
As entidades e os defensores dos direitos humanos, que costumam defender até mesmo cães abandonados, não quiseram falar da violência, comprovada por fotos, videos e testemunhas.
A nova denúncia foi publicada no site Sul21, que tem relações estreitas com o PT.
O blogueiro cobra explicações de: Luciana
Genro, Fernanda Melchionna, Roberto Robaina, Gabriela Tolotti, Alex Fraga e
Pedro Ruas, que são quadros da esquerda. "Não se escondam atrás de uma nota medíocre de três linhas!", reclama Thales Bouchaton em outra ampla reportagem investigativa.
Ele ilustra sua reclamação contra Luciana, lembrando que ela partiu acusando diretamente o Governador do
Paraná, Beto Richa (PSDB), pela violência de seus milicianos contra os
professores paranaenses. E pergunta: "Dois pesos e duas medidas?"
Outro trecho da nova denúncia, recheada de fotos e filmes da emboscada e pancadaria:
Vocês, que são sempre os primeiros a acusar
e responsabilizar diretamente – e com razão – os Governadores,
Secretários, Presidentes, o Papa ou qualquer outra autoridade pela
truculência policial, deveriam se posicionar da mesma forma quando seus
militantes agridem covardemente, em grupo, alguém que diverge politicamente do
seu Partido. E fazer diferente de outros partidos, repudiando igualmente a
violência que tanto condenam.
CLIQUE AQUI para ler as novas denúncias do blogueiro.
Ayres Britto acha que Dilma perde condições de permanecer no cargo
Nesta entrevista ao Diário do Poder, edição do jornalista Claudio Humberto, publicada no Correio Braziliense deste domingo, o ex-ministro Ayres Brioto diz que Dilma já não reúne qualidades exigidas de um
presidente. O jurista vem sendo apontado como um provável ministro da Justiça, caso Michel Temer substitua Dilma.
Ele acha que Dilma perderá o cargo pela via judicial ou pela renúncia.
Leia tudo?
O ministro aposentado Carlos Ayres Britto, um dos mais
admirados juristas brasileiros, considera que a presidente Dilma Rousseff já
não reúne as três qualidades de um presidente: estadista, governante e administrador.
Ex-presidente do Supremo Tribunal Federal e do Tribunal Superior Eleitoral,
Ayres Britto, que na juventude foi militante do PT, prevê “três anos de
agonia”, referindo-se ao que resta de mandato para Dilma, “a menos que outra
saída apareça”. As declarações foram feitas ao jornal Correio Braziliense deste
domingo.
Ele adverte que se Dilma não recuperar o prestígio,
“decai da confiança do povo quanto às três exigências jurídicas para o titular
do Poder Executivo, boa gerente, boa chefe de governo e uma estadista. Aí vêm
as outras saídas igualmente constitucionais. Quais seriam? Renúncia,
impeachment, sim.”
Ayres Brito fez quetão de elogiar o vice-presidente
Michel Temer: "É confortador saber que o vice-presidente da República,
coordenador político do governo, é um constitucionalista dos bons, é um homem
sereno, sensato. Ele tem condições de ser o ponto de aglutinação das forças
políticas, nesse momento de consenso necessário. Mas, para esse consenso, é
preciso seguir pautas objetivas. E o roteiro desse filme é a
Constituição."
O ministro aposentado acha que só caberia impeachment de
Dilma para os atos apurados no curso do mandato atual. “O cargo é o mesmo, mas
os mandatos são dois. Duas eleições, duas diplomações. Duas posses, dois
exercícios. Então, ela só reponde por crime de responsabilidade, ensejador do
impeachment, se ela cometer um daqueles crimes arrolados pelo artigo 85 no
atual mandato.”
Mas reconhece que ela não está blindada. “Você tem a
instância penal, a instância eleitoral e está com três processos na Justiça
Eleitoral, tem a instância de contas”, diz ele.
Leia a a entrevista aos jornalistas Ana Dubeux, Ana Maria
Campos, Helena Mader e Leonardo Cavalcante:
O senhor tem acompanhado esta cena política? Avalia que o
momento é crítico?
Todo mundo tem um
modo personalíssimo de ver as coisas. Tenho experimentado um misto de desalento
e de alento. Aí você pode dizer que são sentimentos contraditórios, mas eu
explico. O desalento é perceber que a corrupção no Brasil é sistêmica, é
atávica, é impressionante. Isso me remete, desalentadoramente, ao padre Antônio
Vieira, por volta de 1650, 1654, ele disse num trocadilho muito bem colocado:
“Os governadores chegam pobres às índias ricas e retornam ricos das índias
pobres”. Ou seja, os governadores eram saqueadores mesmo. Raspavam até o fundo
do tacho, saqueavam o erário, o patrimônio das colônias. Então, a gente percebe
que o principal ponto de fragilidade estrutural do país é a corrupção.
E qual é o motivo de alento?
É que a
Constituição combate a corrupção. No artigo 37, está dito: os atos de
improbidade administrativa importarão perda da função pública. Suspensão dos
direitos políticos, indisponibilidade dos bens e ressarcimento ao erário.
Melhor impossível. A Constituição joga duro com a corrupção.
Como sair desta crise?
Escrevi um artigo
intitulado “Deus salve a rainha ou salve-se quem puder”. A rainha é a
Constituição. Estamos em crise, crise econômica, crise política, é verdade. É
uma crise de existência coletiva. Mas não é uma existência de crise. Para
resolver, é só você não sair do esquadrio da Constituição. A Constituição
contém todos os antídotos que nos permitem sair da crise. A Constituição pegou
as instituições criadas por ela, penso no parlamento, no Executivo, no
Ministério Público, e dividiu em dois blocos. Primeiro, o bloco das
instituições que governam, o Executivo e o Legislativo, que são poderes
eminentemente políticos da República, eleitos pelo povo. E o outro bloco é das
instituições que impedem o desgoverno, a polícia, o MP, os tribunais de Contas e
o Judiciário. Enquanto essas instituições impeditivas de desgoverno
funcionarem, a vaca não vai para o brejo. E, de fato, mais e mais o segundo
bloco funciona bem. Você tem o Ministério Público que é o melhor do mundo. Você
tem a imprensa no Brasil.
A solução para a crise passa pelo Ministério Público e
pela Polícia Federal?
Enquanto as
instituições do segundo bloco funcionarem, nós sairemos, sim, desse impasse. É
uma questão de tempo.
Se a Constituição é a rainha e, pelo que o senhor fala,
salva, a presidente Dilma se salva?
Aí é que está. A
presidente é figura central, é chefe do Poder Executivo. Aqui no Brasil é o
seguinte: o Poder Executivo é muito forte porque o titular tem três chefias.
Ele é chefe da administração pública, das atividades administrativas e dos
serviços públicos. Exige-se dele que seja um gerente, mas ele não é só isso.
Ele é chefe do governo. Não confundir governo com administração. No governo,
ele não precisa da mediação da lei para agir. Por isso, o primeiro princípio do
artigo 37, que cuida da administração pública, é a legalidade. Sem lei, o cargo
de administrador está com o freio de mão puxado. Mas como governo, ele não
precisa da lei. Por exemplo, ele não precisa da lei para vetar a lei, um
projeto de lei. Ele é chefe de governo e só precisa da Constituição. E é chefe
da administração pública, e aí precisa da Constituição. Mas ele também exerce
uma terceira chefia. Ele é chefe de Estado, protagoniza as relações
internacionais do Brasil. Chefe da administração, chefe do governo e chefe do
Estado. É muito poder, é imperial. Aí você exige que o presidente seja um
estadista, um governante e um administrador. Quando falha nas três, a coisa
fica delicada. E parece que é a situação da Dilma. Já não se reconhece nela
nenhuma das três qualidades. O que se espera de Dilma? Ainda nos marcos da
Constituição, ela foi eleita para governar quatro anos. Foi eleita
democraticamente. E o que se espera? O desafio dela é se reinventar.
O que ela não está fazendo...
Ela não está
conseguindo fazer, eu concordo. Mas, se ela não recupera o prestígio, decai da
confiança do povo quanto às três exigências jurídicas para o titular do Poder
Executivo, boa gerente, boa chefe de governo e uma estadista. Aí vêm as outras
saídas igualmente constitucionais. Quais seriam? Renúncia, impeachment, sim.
Acho que só cabe impeachment para os atos apurados no curso do mandato atual. O
cargo é o mesmo, mas os mandatos são dois. Duas eleições, duas diplomações.
Duas posses, dois exercícios. Então, ela só reponde por crime de
responsabilidade, ensejador do impeachment, se ela cometer um daqueles crimes
arrolados pelo artigo 85 no atual mandato. Mas ela está blindada? Não. Você tem
a instância penal, a instância eleitoral e está com três processos na Justiça
Eleitoral, tem a instância de contas.
Mas ela está com processo eleitoral por causa da campanha
para este mandato...
Mas não é crime de
responsabilidade. É crime eleitoral. É preciso entender o seguinte: os crimes
de responsabilidade, ali no artigo 85, são também comuns, são eleitorais, são
infrações de contas, são infrações civis. Por exemplo, improbidade
administrativa, as instâncias não se confundem. A Constituição aperta o cerco
contra o governante infrator. Você tem a instância política, que é o
impeachment, você tem a instância de contas, que é o TCU, você tem a instância
penal, que é o Supremo Tribunal Federal. Você tem a instância civil, por
exemplo, improbidade administrativa. Então, quando a gente diz que ela está
livre do impeachment por atos praticados no primeiro mandato, as pessoas dizem:
“Então, você está blindando a presidente”. Não confunda as coisas. Quanto a
crimes de responsabilidade, ela só responde pelo que praticar no atual mandato.
É por isso que a Constituição diz assim: artigo 85, são crimes de responsabilidade
atos do presidente da República que atentem contra. Não é que atentaram.
Se ela perder o cargo será pelo Poder Judiciário?
Exato, pelo Poder
Judiciário.
O Congresso não tem essa força?
Somente se ela
cometeu crime de responsabilidade no exercício do mandato. Ao que se sabe, ela
não ocorreu nesses seis meses em crime de responsabilidade. Agora, ela está
sujeita às outras instâncias de julgamento. Aí viria outra saída que está se
cogitando. Seria o parlamentarismo. Aí uma discussão terá de ser travada. Cabe
a instituição do parlamentarismo?
E o debate sobre parlamentarismo, com um Congresso
atolado até o pescoço em corrupção?
Aí é preciso, como
sempre, muita cautela. Vamos evitar precipitações. Via plebiscito parece que
não seria possível. Quando a Constituição, nas disposições transitórias, disse
que dentro de cinco anos haveria um plebiscito para o povo decidir sobre a
forma de governo, República ou Monarquia, e sobre o sistema de governo,
presidencialismo ou parlamentarismo, tudo faz crer, em uma análise fria e
científica, que aquele ato suspendeu a cláusula pétrea da República e do
presidencialismo. Foi uma vez só que se deu ao povo a oportunidade de falar
sobre esse tema. Via plebiscito então não pode. E via emenda à Constituição? Se
for realmente cláusula pétrea, também não.
Qual é a saída?
Aí a renúncia que
se apresentaria. Mas se ela não quiser renunciar, não pode ser forçada. É ato
unilateral e espontâneo.
Aí serão três anos sangrando?
Serão três anos de
agonia. A menos que outra saída apareça. O brasileiro é muito inventivo. Uma
vez perguntaram a Mário Quintana: “O que é imaginação?”, e aí ele disse: “A
imaginação é a memória que enlouqueceu”. Quando você esquece que tem memória,
você se desacumula de conhecimento, se descarta dos preconceitos, a mente fica
uma espécie de tábua rasa. Eu evoluo quando esvazio o meu armário de tudo
quanto nele guardei. E evoluo mais ainda quando jogo o próprio armário fora. Só
resta o vazio. O povo brasileiro tem essa capacidade impressionante.
Pode haver união de forças antagônicas para segurar esse
sangramento?
Acredito que sim.
Quando se compreende que todos estão no mesmo barco, se ninguém tentar ajudar
os timoneiros, o barco naufraga. A não ser, o espaço do fisiologismo, do
salvacionismo, do golpe.
Esse pacto também pode ser ao contrário, para tentar ver
se a presidente sai, não?
Quando a
coletividade sente que é hora de fazer destino começa a raciocinar na linha do
que disse o presidente Kennedy, em seu discurso de posse, em plena guerra fria.
Ele disse: “Esse momento não é de perguntar o que os EUA podem fazer por ele.
Cada cidadão tem que perguntar o que pode fazer pelos Estados Unidos”. Acho que
esse momento chegou. O momento é de cada um perguntar o que pode fazer pelo
Brasil.
Mas o Congresso não ajuda muito, não é?
Essa hora vai
chegar.
Com o Eduardo Cunha na Presidência?
Não quero dizer
com o Cunha… Olha, eu dirijo aqui em Brasília um instituto, que funciona no
UniCeub, aí convidei (o vice-presidente) Michel (Temer) para fazer um discurso.
É confortador saber que o vice-presidente da República, coordenador político do
governo, é um constitucionalista dos bons, é um homem sereno, sensato. Ele tem
condições de ser o ponto de aglutinação das forças políticas, nesse momento de
consenso necessário. Mas, para esse consenso, é preciso seguir pautas
objetivas. E o roteiro desse filme é a Constituição.
Qual o papel do ex-presidente Lula, que parece meio
abatido, apesar de ainda ter uma liderança política forte?
O Lula é líder, é
carismático, é inteligentíssimo, mas não tem pontificado, não tem sido um
condutor de destinos, como quem está meio em banho-maria, como quem está
aturdido, como quem está acusando o golpe dos últimos acontecimentos.
Antes, vou voltar
ao tema da AP 470 (mensalão). Aquilo foi um marco, uma virada de página
política e penal. Pela primeira vez, o procurador-geral de então, Antônio
Fernando, seguido por Roberto Gurgel e pelo atual, isso não é pouco não. Três
procuradores-gerais afinadíssimos em operacionalização, em concepção das
coisas. Antônio Fernando denunciou 40 pessoas, todas situadas nos patamares
mais elevados da pirâmide social, até banqueiros, 25 foram condenados e presos.
Alguns criticam a progressão, mas isso é o que a lei estabelece. O que
significou aquilo? Olha, eu aqui recorrendo de novo ao Posto Ipiranga, que é a
Constituição, como dizem na propaganda, tudo está na Constituição. É isso que
me alenta, que realmente temos um patrimônio material e objetivo, que é nosso
atestado de povo civilizado. O Brasil é juridicamente primeiro mundista, graças
a essa Constituição. O STF aplicou, com toda técnica e isenção, atuando como um
tribunal judiciário e não como um tribunal político, de exceção, aplicou a
regra do artigo 5 da Constituição, que diz que todos são iguais perante a lei,
sem distinção de qualquer natureza. O Supremo fez uma viagem de seriedade
técnica, uma viagem de qualidade técnica, sem volta, inspirando pessoas como
Moro. Sérgio Moro não é de geração espontânea, isso vem num crescendo, num
processo.
“Aí você exige que o presidente seja um estadista, um
governante e um administrador. Quando ele falha nas três, a coisa fica delicada”
Moro, inclusive, ajudou a ministra Rosa Weber no
julgamento do mensalão…
Verdade, ele esteve lá. Hoje, já são 22 delatores, no
mensalão, quando o Marcos Valério resolveu colaborar, perdeu o timing, porque
já havíamos julgado e dosimetrado as penas, já havíamos emitido o juízo de
condenação dele. O que os atuais acusados estão dizendo? “Se a gente bobear,
vai incidir na mesma situação do Marcos Valério.”
Os delatores da Lava-Jato temem as penas severas
aplicadas no mensalão?
É um processo de
evolução e de amadurecimento institucional do país. Em uma democracia, o que
acontece é uma evolução processualizada. O povo brasileiro vem experimentando a
excelsitude do regime democrático. Essa corrupção enquadrilhada, sistêmica,
direcionada para o erário, acho que está com os dias contados. A inclusão
digital, essa planetarização on-line, traz consigo um cruzamento de dados que
não há mais quem escape do cerco dos órgãos de controle.
Mas os corruptos não vão se aperfeiçoar ainda mais?
Não há quem
escape, o cerco eletrônico é infalível. Hoje, esses meninos do Ministério
Público, preparadíssimos, passam num concurso dificílimo, são cosmopolitas,
trabalham com big data com uma facilidade espantosa, essas forças-tarefas são
de um refinamento técnico impressionante.
O que acha do instrumento da delação premiada?
O instituto é
válido, desde que respeitados os direitos e as garantias constitucionais dos
réus. E me parece, pelo que sei de Sérgio Moro, que ele está agindo nos marcos
do Estado de direito.
Muitos dizem que o tempo de prisão está exagerado para
levar as pessoas à decisão de delação... Concorda?
É preciso
investigar, ver se há abusos. Se realmente as prisões estiverem esticadas sem
necessidade, sem dúvida que as críticas procedem. Mas não tenho elementos para
analisar. Esse caso da Petrobras é diferente. Quando li pela primeira vez que
Paulo Roberto Costa se comprometeu a devolver R$ 73 milhões no acordo com o MP,
tirei os óculos para reler. Achei que eram R$ 730 mil. Eu pensei, não, estou
enxergando mal. Não acreditava que eram R$ 73 milhões.
Então, o mensalão não foi nada, comparado ao petrolão?
Sim, do ponto de
vista do assalto ao erário. É verdade que o juiz só pode julgar a ponta do
iceberg, o que é provado contra os réus. A base do iceberg do mensalão é
possível que tenha sido maior. Mas nós só podemos julgar a ponta. Aí vêm os
colaboradores premiados e mostram todo o iceberg.
Muitos petistas criticaram a condenação do ex-ministro
José Dirceu com a alegação de que o STF teria usado a teoria do domínio do
fato, sem provas contundentes, embora alguns ministros dissessem que havia
provas. E as novas acusações?
No mensalão, fui o
único ministro que leu o depoimento de José Dirceu à juíza, em São Paulo.
Rapaz, você lê aquele depoimento, a juíza foi dando corda para ele, ele foi se
empolgando, foi se entregando, foi revelando coisas factuais.
Esse novo escândalo mostra que o STF estava certo ao
condenar o ex-ministro José Dirceu?
O Supremo julgou
que houve quadrilha, depois houve mudança na composição e o Supremo absolveu
quanto à imputação do crime de quadrilha. Olha aí agora….
Quais impactos a Operação Lava-Jato terá na sociedade?
Fernando Sabino
diz: “É preciso fazer da queda um passo de dança”. E, na vida da gente, quantas
vezes em situação de crise a gente fez da queda um passo de dança? A
coletividade também sabe fazer isso, daqui a alguns anos, acho que vamos olhar
para isso e entender que o saldo foi positivo, no sentido de que o Brasil se
qualificou.
De que forma isso será possível?
Já há quem pense
com seriedade que este nosso modelo de prestigiar ao máximo grandes empresas da
área da construção civil é um modelo equivocado. Primeiro porque é
antidemocrático prestigiar quem já está na cúpula. As grandes empresas tendem a
se cartelizar, a dominar os mercados, a restringir a concorrência. Essas
empresas subcontratam, terceirizam, pegam as pequenas e as médias empresas de construção
civil e repassam aquilo que elas ganharam em bloco macroeconomicamente. Ou
seja, vamos insuflar ares democráticos à própria ordem econômica, alterando aí
essa compostura da ordem econômica de prestígio excessivo às grandes
corporações.
Acredita que os escândalos atuais deixaram a sociedade
mais proativa?
A sociedade vai se
habituar a traçar a própria agenda do poder público. Veja o movimento de 16 de
agosto que se afigura de um pacto político extraordinário. Porque a cidadania
está ativada, está compreendendo que o Estado que queríamos forte para nos
proteger se hipertrofiou para nos espoliar. É preciso menos estatalidade e mais
sociedade. E a sociedade precisa passar a se incumbir de certas tarefas que
hoje são do Estado e retirando até aquela desculpa do Estado para cobrar mais e
mais tributos. Acho que um novo modelo, um redesenho democrático, pode surgir
dessa crise.
Um de seus votos mais famosos foi lido no julgamento que
reconheceu as uniões homoafetivas. Hoje, está forte no Congresso um lobby pela
retirada de direitos da população LGBT. Como analisa esse movimento
conservador?
Vejo com maus
olhos. Mas eles (os conservadores) vão nadar e morrer na praia, porque a
liberdade sexual faz parte da autonomia de vontade do indivíduo, é cláusula pétrea.
Qualquer adulto tem a liberdade de se relacionar sexualmente com quem quiser.
E, a partir desse relacionamento, com base no afeto, na confiança, na
admiração, na busca de projeto a dois de felicidade, você tem direito de
constituir um núcleo doméstico, de se relacionar estavelmente em uma nova
entidade familiar. Qualquer tentativa de bloquear esse itinerário é a tentativa
da cláusula pétrea. Os políticos querem levar a sociedade para um viés
conservador.
Uma pesquisa
mostrou as instituições de maior confiabilidade e o Judiciário está bem
posicionado, mas o Congresso, não. Corre-se risco quando há desvalorização
muito grande da classe política e valorização excessiva de alguns magistrados,
como foi com Joaquim Barbosa e está sendo agora com Sérgio Moro?
Não há atividade
mais essencial do que a política, porque ela se volta a serviço da pólis o
tempo inteiro. Agora, a política do Brasil está precisando de mais
envolvimento, de mais autenticidade, de mais emoção. Os políticos estão
decorando muito os seus discursos e passando a impressão de que são atores,
personagens. É possível fazer política mediante a contribuição de políticos e
não políticos. Mas fazer a política totalmente sem políticos, não concebo. O
que nos cabe é aperfeiçoar os quadros políticos e os partidos. Acho que vai
acontecer isso no Brasil.
O que o senhor acha da proposta de mudar o Código de
Processo Penal, de recolher 1,5 milhão de assinaturas, como foi com a Lei da
Ficha Limpa?
Só não quero que
mude a maioridade penal. A maioridade penal aos 18 anos é cláusula pétrea, os
jovens têm o direito de ultimar o ciclo de sua própria formação psicológica.
Acha que o Brasil precisa de leis mais rigorosas na área
penal?
No fundo, acho que
o Brasil precisa de mais efetividade das leis penais já existentes. O quadro
brasileiro em matéria penal não é desalentador, não. O Supremo deu um belo
exemplo, mesmo para os crimes de colarinho branco.
No passado, o senhor se candidatou a um mandato parlamentar.
Hoje o país precisa de novos nomes, novos líderes. Surge alguma possibilidade
de o senhor se candidatar novamente?
Não, essa é uma
página virada. Num determinado momento da minha vida, entendi que a minha
embocadura cívica seria mais bem servida pela via partidária, da representação
popular. Hoje, acho que tenho condições de ocupar um melhor espaço de semeadura
cívica sem precisar de ingresso na vida partidária.
O senhor concorreu pelo PT. Como vê o partido hoje?
Tenho me escusado
de falar sobre o PT hoje porque vim de lá. Prefiro não falar.
Mas entristece ver esses escândalos?
Não me sinto à
vontade para falar sobre um partido que me empolgou tanto, que me estimulou,
que despertou em mim tantos sentimentos bons de depuração das coisas. Prefiro
não falar sobre isso. É raro eu dizer isso. Na minha vida de entrevistado,
vocês são testemunhas, é muito difícil dizer que não vou falar.
Como está a sua vida de preparação de pareceres e
análises jurídicas?
Eu adoro tudo
isso. Eu me sinto vocacionado para duas coisas, para o direito, sempre na
perspectiva do direito como instrumento da justiça material, e para a
literatura, especialmente a poesia. Sou um curtidor das palavras.
A poesia salvou o senhor em momentos de estresse, com a
meditação?
Sim. Quantas vezes
eu invalido uma imagem poética para fazer prevalecer uma ideia jurídica. Por
exemplo, estávamos discutindo uma vez a necessidade de manter uma reserva
florestal, então eu disse: “Olha, é preciso que a gente se lembre que as matas
virgens são as que mais procriam”. Essa é uma tirada poética.
No julgamento do mensalão, marcou para todos o senhor
dizendo que lamentava muito mandar as pessoas para a prisão, que era amargo
como berinjela...
Realmente, mas era
preciso. O mensalão foi um momento de inflexão histórica. A vida, às vezes,
proporciona isso às instituições. E há instituições que deixam passar. O
Supremo não deixou passar. Percebeu que a hora era de fazer destino. E o
Supremo agiu com contraditório argumentativo.
O senhor falou de um processo de crescimento do país, da
força da Constituição, mas a história se lembra de heróis. Acha que será sempre
lembrado como o ministro que presidiu o julgamento do mensalão?
Olha, as pessoas
às vezes dizem para mim e é claro que isso me agrada. Não serei hipócrita, as
pessoas dizem que me destaquei em mais de 20 leading cases, viradas de páginas,
quebras de paradigmas. Minha contribuição maior foi metodológica, não dar
nenhuma resposta, não emitir nenhum juízo sem perguntar ao Posto Ipiranga (a
Constituição).
Acha que o Congresso perdeu a oportunidade de fazer uma
verdadeira reforma política?
Há momentos em que
o Congresso padece de uma inapetência legislativa que beira a anorexia. Mas
vamos ser justos, o Congresso Nacional produziu a Lei de Acesso à Informação, a
Lei anticorrupção eleitoral, a Lei da Ficha Limpa, a Lei Maria da Penha, a Lei
que criou o CNJ, ou seja, o Brasil avançou.
O senhor participaria de um pacto em torno da
governabilidade?
Olha, não vou
antecipar porque os jornais disseram que o presidente Michel Temer me convidou
e não vou antecipar. Mas não houve esse convite. Os jornais disseram isso por
causa da amizade que tenho com Temer. Prefaciei o último livro dele. Fui
assistente dele na PUC, em 1981.
Se o senhor for chamado, aceitará?
Prefiro não
antecipar.
Mas o que precisa para esse pacto?
As coisas estão se
encaminhando naturalmente para um grande pacto nacional.
Com a presidente no poder?
Com a presidente
Dilma no poder ou sem. Esse pacto virá.
O senhor tem uma ligação muito forte com Marina Silva.
Acha que ela perdeu o tempo da bola?
Acho Marina um
grande quadro nacional, uma figura humana. Foi ótima senadora, tem muito a dar
ao Brasil e ela tem um visual arejadíssimo das coisas, no plano político, no
plano ético. Não perdeu o tempo da bola. Ela ocupou o espaço, teve 22 milhões
de votos.
Já que estamos falando de candidatos, o senhor fez um
parecer para Aécio Neves em relação ao aeroporto de Cláudio...
Não foi um parecer.
Foi um pronto-socorro jurídico que ele me pediu. Nós chamamos isso de legal
opinion, uma opinião legal. Em duas ou três páginas, eu citei jurisprudência do
Supremo e do STJ. Isso é a coisa mais simples do mundo. É lugar-comum.
As críticas não têm sentido, então?
Convenhamos que se
Dilma tivesse me pedido, eu faria. Convenhamos que se fosse Marina, eu daria.
Mas o senhor acha que Aécio era melhor candidato?
Aí já é outra
coisa...
A Marina recentemente deu uma entrevista dizendo que
estava sendo muito atacada porque não defendia o impeachment...
Para você ver a
responsabilidade e serenidade dela. Marina é ponderada, não é oportunista, tem
espírito público.
Os políticos que estão se reunindo para falar de
impeachment são oportunistas?
Esse tema do impeachment
é explosivo. Já me pronunciei e depois segui meditando, refletindo. Não mudei
de opinião. Há outros modos de fazer cobrança, o Tribunal de Contas, o
Judiciário...
Acha que a presidente Dilma é corrupta?
Não. Meu juízo
sobre ela é abonador da personalidade moral.
E o ex-presidente Lula?
Não falo sobre
isso, como não falo sobre o PT.
Se não fosse do direito, o que seria?
Jogador de
futebol. Sempre sonhei em jogar. Eu me considerava craque porque era ambidestro.
Tem saudades do Supremo?
Com toda a
sinceridade, não. Sou de virar a página, de viver intensamente cada instante.
Sou de fazer do breve o intenso. Então, os 10 anos que eu vivi ali foram
vividos intensamente. Quando saí, continuei sendo essa pessoa que faz de cada
instante uma imensidão de possibilidades. O tempo presente já é tão instigante,
é tão enriquecedor que não há por que a gente viver nem no passado nem no
futuro. Isso não é retórica. Eu sou assim. Eu não curto o que passou.
Como é a sua rotina?
É maravilhosa. Eu
procuro dormir pelo menos seis horas e meia, sete horas. Aí acordo e faço uma
meditação, eu gosto de meditação oriental, uns 15, 20 minutos. Eu caminho uma
hora. Entremeio a caminhada com a corrida. Uma hora, uma hora e 10 minutos, o
que nas minhas passadas curtas, devido ao meu tamanho, isso dá 5km.
Quem é o seu mestre?
Aprendi a meditar
há 20 e tantos anos com um guru, o Osho, um indiano. Eu o tenho como um
iluminado. Tudo que eu leio dele, eu já li uns 30 livros, tem qualidade
literária, é uma prosa poética o tempo todo de conteúdo, de sapiência. Claro
que o meditante, com o tempo vai desenvolvendo uma técnica própria. A segunda
coisa maravilhosa é o vegetarianismo, eu sou vegetariano há uns 23 anos e eu
acho uma maravilha
Dimenstein diz que atos do dia 16 caracterizam a Marcha dos Insensatos
A manifstação a seguir é do jornalista Gilberto Dimenstein, colunista da Folha de S. Paulo. Saiu no Facebook, ainda há pouco. Trata-se de uma ação desvairada de quem ainda não se deu conta de que defende ladrões e incompetentes da pior espécie. Vai publicada a seguir, para que o leitor saiba com quem está lidando:
"Confesso que é meio desanimador. Lanço aqui a ideia
de todos os partidos se unirem para evitar que a crise se aprofunde - crise
significa menos empregos, menos salários, mais miséria e mais violência.
A reação da maioria dos leitores aqui: preferem a crise,
por causa de suas preferências partidárias.
Chamo isso de uma coisa: insensatez.
Talvez tenha mesmo de piorar muito, muito mesmo, para
melhorar. Salve-se que puder.
De uma coisa tenham certeza, leitores: vou fazer tudo
o... que posso, tudo mesmo, para mostrar essa marcha da insensatez.
Podem xingar, atacar, dizer que sou maluco, etc. Não vou
mudar."
CLIQUE AQUI para examinar o Face do jornalista que perdeu o eixo.
Dilma reúne=se esta noite com seus ministros. Crise política está na pauta do Planalto.
A presidente Dilma Rousseff realiza hoje à noite, no
Palácio da Alvorada, uma reunião ministerial. O vice-presidente Michel Temer,
que é o articulador político do Planalto, também deve participar, assim como o
ministro da Aviação Civil, Eliseu Padilha (PMDB), e outros ministros do
"núcleo duro" do PT . O encontro ministerial está previsto para
começar às 19 horas.
Tradicionalmente, reuniões como essa ocorrem às
segundas-feiras, mas amanhã a presidente não estará em Brasília, pois cumprirá
duas agendas no Maranhão. Diante do agravamento da crise política, a reunião
não poderia esperar.
Na última quinta-feira, Dilma se reuniu Michel Temer,
Padilha e o ministro-chefe da Casa Civil, Aloizio Mercadante, para discutir a
delicada relação com a Câmara dos Deputados, na qual o Planalto vem sofrendo
sucessivas derrotas, sobretudo em matérias relacionadas ao ajuste fisca
A Faixa de Gaza é aqui.
O registro de um assassínio a cada hora e meia, torna Porto Alegre .mais insegura do que a Faixa de Gaza.
Porto Alegre foi proporcionalmente a capital onde mais gente foi morta pelos bandidos no mês de julho.
Porto Alegre foi proporcionalmente a capital onde mais gente foi morta pelos bandidos no mês de julho.
Artigo, Igor Gielow, Folha - O governo Dilma é um cadáver insepulto
Título original:
"Dilma e a entropia".
Uma das características em casos
terminais é a legítima recusa do paciente em aceitar o oblívio iminente. É isso
o que PT e o governo Dilma estão a fazer, como o programa de TV deles
demonstrou.
Parece ínfima a chance de qualquer plano ter efeito além
do prolongamento da crise, ao estilo Collor e seu "ministério ético"
de 1992. Por isso, o que há hoje é uma série de cenários excluindo Dilma do
jogo.
Não é golpe: atingimos o ponto em que a entropia impera.
Conceito da termodinâmica, ela designa forças destruidoras dentro de um sistema
de trocas de energia. Invariavelmente, segundo a teoria, num dado momento tudo
é implodido por ela.
O governo hoje é um cadáver insepulto na Esplanada, e
ninguém sabe bem o que fazer com o corpo. A Câmara está perdida, e o Senado é
inconfiável. A economia está de joelhos e todos só temem o que mais sairá da
Operação Lava Jato.
Normalmente, uma oposição forte surgiria como alternativa
de poder, de aglutinação. Isso inexiste, até porque cada um quer uma coisa:
Aécio torce por uma improvável nova eleição, Alckmin reza pela manutenção do
cadáver em praça pública e Serra, pelo impeachment e por Michel Temer o
transformar no que FHC foi para Itamar Franco. Tudo frágil.
O PMDB, fiel da balança em qualquer cenário, também está dividido,
ainda que seus atores trabalhem mais em conjunto do que a vã filosofia afere.
Temer e Eduardo Paes podem sonhar com horizontes. O vice está no fio da
navalha, fiador da democracia ao mesmo tempo em que não pode parecer traidor;
Eduardo Cunha lidera uma Casa inflamada, e Renan Calheiros sorri para os apelos
infrutíferos de Dilma.
O desfecho é uma incógnita, como mostram os boatos
(renúncia pronta, Lula ministro, Temer fora etc.) da sexta (7). Certezas: todo
mundo está à mercê da Lava Jato, e o governo acabou sem começar. O resto fica
por conta da potência da entropia.
Estão matando um gaúcho a cada duas horas em Porto Alegre
Dez homicídios foram registrados nos bairros Restinga,
Partenon, Morro da Embratel e Lomba do Pinheiro.
Os assassiníos ocorreram entre a manhã de ontem e a manhã deste domingo, segundo a própria secretaria da Segurança Pública.
O fim do PT. A vida de Zé Dirceu, de líder estudantil a fundador do PT e chefe de quadrilha.
A reportagem de capa da revista Istoé deste final de semana, intiulada "O fim da era PT", avisa que a
nova prisão de Dirceu, num esquema de enriquecimento
pessoal, transforma o partido num símbolo da corrupção e abrevia o adeus da
legenda que prometeu mudar a maneira de fazer política no país, mas decepcionou
os brasileiros.
Leia a reportagem de Sérgio Pardellas (sergiopardellas@istoe.com.br):
A segunda prisão de José Dirceu, ocorrida na
segunda-feira 3, não constituiu uma surpresa para ninguém. Nem para ele. O
ex-ministro, enredado no mensalão e, agora também, no Petrolão, já se
encontrava na alça de mira da Lava Jato desde a prisão de Renato Duque,
ex-diretor e seu apadrinhado na Petrobras. A delação do lobista Milton
Pascowitch, relacionando o petista ao recebimento de propina pessoal travestida
de consultoria, foi apenas a pá de cal. Apesar de não ter sido algo inesperado,
o novo recolhimento de Dirceu ao cárcere teve um significado emblemático:
cravou no partido a marca indelével da corrupção, decretando praticamente o fim
da era petista no poder. Mesmo com a – cada vez mais improvável (leia mais à
pag. 38) – sobrevivência da presidente Dilma Rousseff, fica difícil vislumbrar
um horizonte para o PT sem haver uma reformulação radical na legenda. Isso se o
partido não precisar mudar de nome mais adiante. “O cenário é distinto daquele
do mensalão. Nem a melhora da economia salva o PT”, resignou-se o ex-presidente
Lula em reunião com petistas na última semana. O Petrolão mostrou de maneira
inequívoca que Dirceu e o PT criaram uma espécie de toque de Midas ao avesso:
quase tudo em que o partido meteu a mão teve a sujeira da corrupção. Em vez de
transformado em ouro, cada órgão administrado pela legenda se deteriorou.
Saqueada pelo PT, segundo os investigadores da Lava Jato, a Petrobras já valeu
R$ 500 bilhões em 2008. Hoje seu valor de mercado é de R$ 100 bilhões. Outras
estatais como a Eletrobrás, aparelhadas sem piedade pelo partido, trilham
semelhante caminho. Por práticas nada republicanas, foram parar na cadeia,
antes de Dirceu, outras figuras de proa da legenda: o ex-presidente da sigla
José Genoíno; o ex-presidente da Câmara, João Paulo Cunha; o ex-deputado e
líder da bancada, Anré Vargas;; e os ex-tesoureiros Delúbio Soares e João
Vaccari Neto.
ACABOU-SE
A segunda prisão de José Dirceu enterra o projeto petista
A nova prisão de Dirceu trouxe, porém, outro elemento
agravante – e, aí sim, decepcionante até para seus mais ferrenhos defensores,
que ainda permaneciam iludidos, a despeito das abundantes e variadas evidências
de desvios de dinheiro público. O petista, considerado “o capitão do time” por
Lula quando era ministro da Casa Civil, foi apanhado roubando para
enriquecimento pessoal e não mais em nome de um “projeto de País” ou de
“poder”, como alegava o PT até então – como se isso já fosse algo banal. Ou
seja, se já era abominável o discurso petista segundo o qual os fins justificavam
os meios, mais inaceitável ainda é agora quando se descobre que tanto os meios
quanto os fins eram indecentes. Ao decretar a prisão preventiva de Dirceu, o
juiz Sérgio Moro disse que o petista recebia propinas desde 2003, quando
assumiu a Casa Civil. Para Moro, as provas reforçam os indícios de
“profissionalismo e habitualidade na prática do crime” e caracterizam
“acentuada conduta de desprezo não só à lei e à coisa pública, mas igualmente à
Justiça criminal e à Suprema Corte”. O procurador Carlos Fernando Lima,
integrante da força-tarefa da Lava Jato resumiu: “A responsabilidade de José
Dirceu, aqui, é como beneficiário de maneira pessoal, não mais de maneira
partidária, enriquecendo pessoalmente”. Segundo a Lava Jato, os valores eram
pagos a Dirceu por meio de falsos contratos de prestação de serviços da JD
Consultoria. Às vezes em dinheiro vivo. Houve casos de ressarcimento de
despesas pessoais. Entre 2007 e 2014, as propinas destinadas a Dirceu somavam
R$ 90 milhões. Parte do dinheiro – cerca de R$ 1 milhão – serviu para reformar
um apartamento do irmão do ex-ministro, Luiz Eduardo de Oliveira Silva, na Vila
Mariana, Zona Oeste de São Paulo. Outros R$ 1,3 milhão pagaram a arquiteta
responsável pela reforma da casa de Dirceu em Vinhedo (SP). O delator Milton
Pascowitch ainda contou ter bancado para o petista metade de um jatinho Cessna
560 XL, avaliado em R$ 2,4 milhões. “O PT já está todo maculado. Isso é uma pá
de terra”, avaliou o deputado federal Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE). “O PT está
afetado no limite máximo, pelo que algumas pessoas da sigla realizaram, no
mensalão e no caso da Petrobras. O partido chegou ao fim de um ciclo”,
reconheceu o ex-governador petista Tarso Genro, eterno candidato a promover a
reformulação da legenda.
Não à toa, a recepção a Dirceu, na carceragem da PF em
Curitiba, foi completamente distinta daquela exibida no mensalão. Em vez dos
aplausos calorosos da militância, vaias, foguetórios e gritos de ladrão. Na
primeira condenação, Dirceu, de punhos erguidos, foi recebido pelos camaradas
ao coro de “guerreiro do povo brasileiro”. Havia, entre os petistas, a sensação
de que a sentença inicial de Joaquim Barbosa, relator do mensalão, fora dura
deamais ao apontá-lo. Semana passada, nem mesmo o PT teve a coragem de defendê-lo.
Em nota, sem mencionar o líder de outrora, o partido alegou somente a
legalidade das operações financeiras da legenda. “As acusações contra ele são
de caráter pessoal”, lavou as mãos o presidente do PT, Rui Falcão. Claro,
trata-se de mais uma estratégia do partido na tentativa de não se contaminar
ainda mais com a prisão do seu ícone. Em vão — é impossível dissociá-los. A
trajetória política e de vida de Dirceu se confunde com a do PT. Foi Dirceu
quem, ao assumir o partido em 1995, pavimentou a ascensão de Lula e do PT ao
poder, em 2002. Depois, tornou-se o homem forte de Lula na Presidência até
desabar ladeira abaixo enrolado numa fieria de escândalos.
O que se conhece agora ainda é mais grave e, por isso,
fere de morte a legenda um dia depositária dos sonhos de milhares e milhares de
brasileiros que acreditaram na esperança vendida por Lula e companheiros. O
esquema de corrupção e pagamento de propina começou no primeiro mandato lulista
e perdurou até 2015, segundo a Lava Jato. Graças a uma simples descoberta,
durante uma investigação de lavagem de dinheiro, a de que o doleiro Alberto
Yousseff havia doado um carro importado a um diretor da Petrobras, no caso,
Paulo Roberto Costa, o fio de um imenso novelo foi puxado e conclui-se sobre a
confluência dos dois escândalos, o mensalão e o Petrolão. Ambos gestados,
segundo os investigadores, a partir da Casa Civil de Lula. Agora, procuradores
e agentes federais dedicam-se a buscar evidências que possibilitem destrinchar
a cadeia de comando até o topo. Entre os investigadores, comentava-se na semana
passada a possibilidade de o ex-presidente ser convocado a depor para prestar
esclarecimentos, antes de uma eventual prisão, o que já seria péssimo para sua
imagem. Para blindar Lula, há no Planalto quem defenda que ele assuma um
ministério de Dilma. Neste caso, o ex-presidente ganharia foro privilegiado e,
em caso de denúncia contra ele, o processo seria remetido ao STF. A
alternativa, porém, dividia o governo até o fim da semana, pois enfraqueceria
ainda mais a presidente.
Num último esforço para tentar limpar a barra da legenda,
o PT foi à televisão na noite quinta-feira 6. Ao contrário do imaginado, no
entanto, o programa só atiçou ainda mais a indignação de setores do eleitorado
refratários ao PT – hoje a expressiva maioria da população. Recheado de
cinismo, o filmete petista, ancorado pelo militante e abnegado petista José de
Abreu, amigo pessoal de Zé Dirceu, chegou ao cúmulo de dizer que o País vivia
“problemas passageiros na economia”. Dono dos piores índices econômicos em
quinze anos, o partido teve a desfaçatez de se comparar ao que chamou de melhor
período das gestões anteriores. “Nosso pior momento ainda é melhor do que o
melhor momento dos governos passados”, diz, desta vez, na voz de Lula. Como na
campanha, o PT ainda atentou contra o bom senso e a inteligência da população
ao voltar a prometer a retomada do crescimento, com preços em baixa e emprego
em alta, além de saúde e educação de qualidade. Resultado: consumou-se a
reprise do sonoro panelaço a ecoar pelas principais cidades do País, gesto
ilustrativo da debacle do partido.
Faltam 7 dias
Faltam apenas 7 dias para as grandes manifestações brasileiras do dia 16 de agosto. Em Porto Alegre, a concentração começará as 14h no Parcão.
Em todo o País, grupos de brasileiros organizam-se para os protestos de rua, cuja consigna principal é a saída de Dilma Roussef do governo via impeachment ou renúncia.
A renúncia parece ser o caminho mais indolor.
Há uma tendência de manter o povo nas ruas até que caia o governo, tal como aconteceu na Primavera Árabe.
Os atos, então, saíram em Brasília.
O governo e o PT tentam desesperadamente salvar a cara, promovendo atos sem público em várias capitais. O conjunto de ações de dissuasão do distinto público incluem uma precipitada reforma ministerial.
Em todo o País, grupos de brasileiros organizam-se para os protestos de rua, cuja consigna principal é a saída de Dilma Roussef do governo via impeachment ou renúncia.
A renúncia parece ser o caminho mais indolor.
Há uma tendência de manter o povo nas ruas até que caia o governo, tal como aconteceu na Primavera Árabe.
Os atos, então, saíram em Brasília.
O governo e o PT tentam desesperadamente salvar a cara, promovendo atos sem público em várias capitais. O conjunto de ações de dissuasão do distinto público incluem uma precipitada reforma ministerial.
Artigo, Elio Gaspari, Correio do Povo - Sem faxina, Dilma arruinará o país
Em 2011, a doutora Dilma mostrou-se disposta a fazer uma
faxina no governo. Bons tempos aqueles, tinha 47% de aprovação, um índice
superior ao de todos os seus antecessores em início de governo. Quatro anos
depois, com 71% de reprovação, tem a pior marca desde 1990. A doutora
arruinou-se porque a faxina era de mentirinha.
José Sérgio Gabrielli levou um ano para ser tirado da
presidência da Petrobras e sua sucessora, Graça Foster, achou que resolvia o
problema afastando parte da quadrilha que operava na empresa. Mexer com
empreiteiras, nem pensar. Como se Barusco corrompesse o "amigo
Paulinho" que corrompia Renato Duque, o corruptor de Barusco. Se fosse
assim, o dinheiro sairia do bolso de um gatuno para o de outro, sem maiores
consequências. As doutoras Dilma e Graça viam o baile, mas não ouviam a
orquestra.
O doutor Eduardo Cunha gostaria muito de criar uma grave
crise política e tem boas razões para isso, mas a crise que corrói o governo
vem de Curitiba e só vai piorar. Renato Duque, o ex-diretor de Serviços da
Petrobras, negocia sua colaboração com a Viúva. O comissariado sabe que ele
vale dez Baruscos. Não é a toa que o programa do PT de quinta-feira falou de
tudo, menos das petrorroubalheiras.
A doutora Dilma está diante de um fenômeno histórico: a
Lava Jato feriu o coração da oligarquia brasileira. Tanto burocratas
oniscientes como empresários onipotentes estão encarcerados em Curitiba.
Enquanto isso, prosseguem as investigações em torno da lista de Rodrigo Janot e
não há razões para supor que o Supremo Tribunal Federal seja bonzinho com a
turma do foro especial. Quando a doutora se comporta como se a Lava Jato fosse
coisa de marcianos, pois "não respeito delatores", ela atravessa a
rua para se juntar à oligarquia ameaçada. Essa oligarquia é muito mais esperta
que ela. Fabricou Fernando Collor e entregou-o aos caras pintadas. Dispensou os
militares e aplaudiu Tancredo Neves.
Caos na segurança pública produz mais três assassinatos em Porto Alegre
A desordem na área da segurança pública mais uma notícia assustadora:
Dois homens e um adolescente foram mortos a tiros na
noite deste sábado, no bairro Partenon, em Porto Alegre.
O governo perdeu o controle da área e a população está cada dia mais encurralada dentro de casa.
Apesar disto, o secretário da Segurança Pública prossegue no cargo.
Os vices costumam trair seus presidentes. Conheça a lista dos traidores.
Desde que Vargas e sua ditadura fascista caíram em 1946, traíram os presidentes os seguintes vice-presidentes:
Café Filho, vice de Getúlio em 1954, depois derrubado pelos militartes.
João Goulart, vice de Jânio em 1961, depois derrubado pelos militares.
Pedro Aleixo, vice de Costa e Silva em 1969, derrubado pelos militares antes de assumir.
Itamar Franco, vice de Fernando Collor em 1992
Até frei Beto acha que Dilma pode renunciar
A entrevista a seguir foi feita pelo editor da editoria
intitulada "Poder", folha de S. Paulo. O entrevistado é frei Beto,
que se notabilizou na luta contra a ditadura militar, é amigo do peito de
ditadores comunistas como Fidel Castro, ajudou a fundar e a manter o PT no
Poder até que nem Lula e o PT não o aguentaram e lhe apresentaram cartão
vermelho. A partir daí, faz críticas abertas ou veladas aos seus amigos. Ainda assim, frei Beto continua encantando
gente como o editor Ricardo Mendonça.
Ele não mudou, porque quem mudou foram o PT, Lula e
Dilma.
Vale a pena ler, porque ele é um dos legítimos
representantes do desvairado clero progressista e da esquerda brasileira que
não entendeu que o comunismo perdeu o eixo com a queda da União Soviética:
Amigo da presidente Dilma Rousseff e do ex-presidente
Lula, de quem foi assessor especial no início do mandato, Carlos Alberto
Libânio Christo, o frei Betto, já admite temer pela renúncia da mandatária,
hoje com o recorde de 71% de reprovação no Datafolha.
"A minha pergunta íntima hoje não é o impeachment
[...] É se a Dilma, pessoalmente, aguenta três anos pela frente", afirma
ele. "Ou ela dá uma mudança de rota [...] ou ela pega a caneta e fala 'vou
pra casa, não dou conta'. Eu tenho esse temor", completa.
Embora avalie o período petista como "o melhor da
história republicana", o frei dominicano faz severas críticas ao partido
–"trocou um projeto de Brasil por um projeto de poder"– e uma
distinção especial ao atual mandato de Dilma: "Eu não sei o que de positivo
a Dilma fez de janeiro para cá".
Frei Betto diz que está esperando até hoje o PT se
manifestar sobre a existência ou inexistência do mensalão.
Com reparos, elogia a Operação Lava Jato,
"extremamente positiva", e diz que se sentiu "indignado"
com a notícia de que o ex-ministro José Dirceu faturou R$ 39 milhões ao mesmo
tempo em que promovia uma vaquinha para pagar a multa da condenação do
mensalão.
Folha - Estão convocando mais uma manifestação contra
Dilma para o dia 16. A principal pauta, ou uma das principais, é o impeachment
de Dilma. O que acha?
Frei Betto - Eu acho que manifestação é sinal da
democracia. Pena que a esquerda aprenda com a direita algumas coisas ruins que
a direita faz. Deveria aprender as coisas boas –as poucas coisas boas– que a
direita faz. Como convocar manifestações para domingo, não para o dia de
semana, o que a esquerda tem feito [uma outra manifestação, com apoio do PT,
deve ocorrer no dia 20, uma quinta]. Dia de semana? Uma burrice. Atrapalhando o
trânsito, como naquela música do Chico Buarque. Não tem sentido, né? Faz no
domingo, não tem escola, as pessoas podem sair de casa, estão disponíveis. Pena
que a esquerda não aprenda com a direita as coisas boas.
E o impeachment?
Olha, a minha pergunta íntima hoje não é o impeachment.
Eu acho que democracia brasileira está consolidada, não há motivo para
impeachment. A minha pergunta é outra. É se a Dilma, pessoalmente, aguenta três
anos pela frente. Eu temo que ela renuncie.Igor Morais - Para onde vamos ?
Alguns
acontecimentos recentes colocam mais certeza sobre a percepção de que a
economia continuará fraca e que o custo de enfrentamento desse cenário será
maior que o esperado anteriormente. A decisão de abandonar a política fiscal,
sob a alegação de que, com isso, se ganha em credibilidade, na verdade,
representa a chancela da incapacidade de gestão. A desculpa é a queda da
arrecadação, o que é verdade, afinal de contas, foi 3% a menos nos sete
primeiros meses do ano, já descontada a inflação, o que dá R$ 17 bilhões. Mas
está longe de ser o álibi do maior déficit da história do Brasil. De outro
lado, o Governo foi incapaz de reduzir os gastos, que se elevaram 0,7%. E isso
tem duas resultantes que preocupam. A primeira está relacionada à política
econômica. Muitos analistas e diversos outros profissionais aplaudiram a
decisão, sob a alegação de que não seria justo penalizar a economia com mais
corte de gastos. Mas essa é uma análise de apenas parte dos impactos. É claro
que o gasto público, representado pelos 22% do peso do Governo do PIB, ajuda a
ativar ou desaquecer a economia. Mas será que a decisão de não conter gastos
irá resolver todos os nossos problemas? Vejamos onde está o erro dessa análise.
A pressão inflacionária é tanto de oferta quanto de demanda e, além disso, tem
características de choque temporário e permanente. Por exemplo, o aumento de
preço de energia é classificado como um choque de oferta e de cunho permanente.
A combinação mais perversa que existe. Nesse grupo também estão preços da
gasolina e outras commodities. Se o repasse de preços não é disseminado, o
resto da economia pode absorver esse impacto. Por exemplo, podemos ter maior
produtividade e queda no preço de outros produtos, como roupa, calçado,
alimentos e etc. Nesse caso, não há necessidade de ativar o botão da política
monetária e nem se preocupar com a política fiscal. Mas, há um movimento no
Brasil diferente. O choque de oferta ultrapassou o grupo das “commoditites” e
adentrou em produtos diversos, como automóveis, vestuário, cosméticos e tudo o
mais. Porque essa alta de preços é disseminada se a economia está em recessão e
com queda de renda? O leitor que viveu na década de 80 levante a mão e pule
para o próximo parágrafo. Para os demais, sim, precisamos retomar a lembrança
de mais de 30 anos para explicar esse resultado. O Brasil é fechado para o
mundo. Sempre nos foi vendida a ideia de que importar é feio. A eterna tese dos
desenvolvimentistas e alguns empresários que querem ter vantagem de mercado via
menor concorrência. Por isso que da lista de 373 produtos do IPCA apenas 48
tiveram queda de preço em 2015. A produção e venda de automóveis está em queda,
mas o preço subiu 5,2% no ano. Mas e a concorrência com a China? Perdeu-se com
a desvalorização de mais de 50% do câmbio em um ano. Uma das maiores
maxidesvalorizações da história do Brasil e pouco se comenta sobre ela.
Portanto, nossa inflação tem choques de oferta e esses são permanentes. Menos
mal então que não temos choque de demanda? Claro que temos, senão o preço dos
serviços não continuaria subindo na casa dos 8,5%. E essa pressão vai continuar
em 2016. Em todos os cantos do Brasil escutamos as pessoas querendo reposição
da inflação e o salário mínimo terá reajuste gigantesco, o que deve alimentar
ainda mais essa demanda.
divida Tudo isso
para dizer que, se abandonamos a política fiscal para ajudar a conter os
preços, resta pedir ajuda para a política monetária. Um bom teste para saber se
o Banco Central é independente ou não. Se sim, teremos juros a 16% ou mais. Se
não for, teremos mais inflação e crescimento lento por um longo período, um
típico formato de L. Façam suas apostas, mas a atual Autoridade Monetária não
passa tanta credibilidade assim. Acho que o Governo jogou a toalha no combate
aos preços e viramos torcedor para que tudo dê certo daqui em diante.
Essa avaliação
nos conduz a segunda resultante da análise: a tese de que podemos ter a troca
do Ministro da Fazenda mais cedo do que se esperava. Em minha opinião o mesmo
já era um corpo estranho no Governo dado sua origem de formação ortodoxa e com
suas propostas de política fiscal. E agora fica claro que não irá entregar o
que prometeu, nem em 2015 nem em 2016. E, de quebra, ainda pode ficar carimbado
como o responsável pela atual crise sem ter feito nada. É difícil acreditar que
o Ministro está lá apenas pelo salário ou pelo poder. Ainda mais em um Governo
politicamente falido. Uma nova rodada de números ruins da economia, somada a
perda de grau de investimento, pode fortalecer a percepção de sua saída. Não
tenha dúvida de que os últimos eventos contribuem para reduzir as incertezas
para onde estamos indo. Desaceleração pelo menos até o primeiro trimestre de
2016 e por ali ficamos um bom tempo, conjugado com continuidade de inflação
alta, juros acima de 14% e câmbio podendo se estabilizar perto de 3,8. Ao final
teremos maior custo para a dívida interna, pagando cerca de R$ 450 bilhões de juros
por ano e que devem fazer nossa dívida ultrapassar facilmente os 70% do PIB. É
um patamar considerado de risco pelas agências internacionais. A captação de
dívida ficará mais cara, tanto para empresas quanto para governos, e veremos a
piora dos indicadores sociais. Já vimos esse filme: “aperte dos cintos, o
piloto sumiu”.
CLIQUE AQUI para ler mais no blog de Igor Morais, economista e presidente da Fundação de Economia e Estatística do RS.
Florianópolis-Porto Alegre já pode sair em apenas 4 horas de carro
Leitores que vieram de Florianópolis ontem a tarde para a formatura dos novos farmacêuticos graduados à noite pela PUC do RS, avisaram ao editor que o percurso até Porto Alegre leva, agora, apenas 4h30min, sem atropelos, ou 4h com algum atropelo.
Tudo em função da nova ponte de Laguma e do novo túnel do Morro do Formigão.
O verão inundará de gaúchos as praias de Santa Catarina.
Florianópolis, onde o trânsito já não dá conta dos próprios moradores, ficará intrafegável, mas também não terá luz, comida e água para todos
Tudo em função da nova ponte de Laguma e do novo túnel do Morro do Formigão.
O verão inundará de gaúchos as praias de Santa Catarina.
Florianópolis, onde o trânsito já não dá conta dos próprios moradores, ficará intrafegável, mas também não terá luz, comida e água para todos
Domingo do Dia dos PaIs e Grenal será de sol e calor no RS
O sol, calor e céu azul abriram (8h55min) este domingo em Porto Alegre, Dia dos Pais e de Grenal em Porto Alegre.
Em todo o RS será assim.
Ar seco e muitro quente predomina no Estado, o que gtrantirá temperaturas acima de 30 graus.
Em Porto Alegre, a temperatura no começo do Gre-Nal,
18h30min, deve estar 28ºC e 29ºC no Humaitá, zona Norte da Capital. A máxima
será de 33ºc. Para quem aproveitou o final de semana para ir ao Litoral, vai
encontrar temperaturas mais amenas. Em Capão da Canoa, Litoral, a máxima será de 23ºC.
Artigo, Lya Luft, Veja - O sentido das coisas
Sempre procurei, tantas vezes em vão, encontrar o
significado de tudo. Por exemplo, por que há pessoas boas e más, por que as
pessoas boas fazem coisas más e vice-versa, por que entre pessoas que se querem
bem pode haver frieza ou até maldade, por que… lista infindável, ainda mais
para quem tem um pouco de imaginação. A cada momento reinventamos o mundo,
reinventamos a nós mesmos, reinventamos nossos afetos para que seja tudo menos
doloroso.
Escrevendo sobre a situação do Brasil um pequeno livro
que deve aparecer em breve, observo ainda mais intensamente o que acontece,
tanta coisa inacreditável, mas real. Assim reflito quase constantemente sobre
todas as loucuras, baixezas, perigos, sustos, desalentos atuais, aqui e ali uma
luzinha minúscula que logo bruxuleia. Vai se apagar para sempre? Nada é para
sempre. As coisas más, as fases ruins, também hão de passar. Mas, no momento,
não sou otimista. Falsidade, mentiras, arzinho superior e palavras fantasiosas
sobre questões fundamentais, apontar o dedo para o adversário, tudo é pior do
que a dura verdade. Assustam-me discursos com que neste momento dramático
alguns negam ou diminuem a gravidade da situação, revelando-se o desvio de
inacreditáveis fortunas que deveriam atender o povo mais carente, a maior
vítima desse desastre, um povo despossuído, sem as coisas essenciais que lhe
têm sido negadas ─ não por uma fatalidade, mas por ganância de quem já tinha
uma boa fortuna, mas queria mais, e mais.
Hoje, os acusados reagem com ironias, ameaças,
invenções: mas fizeram de nós um dos piores países do mundo em quase tudo,
sobretudo educação e segurança. Ninguém assume sua responsabilidade, antes
critica adversários ou países mais adiantados, como se fôssemos todos uns
pobres crédulos. Começamos a perceber o que se passa no nevoento território da
política que fragilizou a economia, e é cenário de tão grave incompetência e
irresponsabilidade. Na grande negociata nunca vista, quase todos tinham seu
preço: não foi barato. Pouco sobrou para o brasileiro que ignorava esses fatos
que atingiram seu bolso, sua esperança e suas possibilidades de uma vida decente.
A política influenciou e dominou nossa existência nos
últimos anos, com gestão incompetente, péssimo planejamento, desorganização nas
contas públicas, maquiagem do desastre que foi escondido de um povo mal
informado porque mal escolarizado (não é por acaso que negligenciamos tanto a
educação). A pátria-mãe desvia o rosto; nós, os filhos, largados na floresta
como num conto de fadas sinistro. Os próprios investigadores das gigantescas
fraudes, impressionados, admitem estar diante de tramas de dimensão e
sofisticação nunca vistas.
A paisagem brasileira está de pernas para o ar: nada faz
muito sentido, tamanho o escândalo. Para começar, os salários com que tentamos
manter uma vida honrada são patéticos diante das cifras roubadas, apresentadas
pelos competentes e corajosos investigadores. Irresponsabilidade e
incompetência comandaram as façanhas que esfacelaram o país, agora rebatizadas
de “malfeitos”. Espantoso: os desvios não eram efetuados por bandidos oficiais,
mas por grandes empresários que admitem, talvez forçados pelo medo, que, se não
tivessem entrado no esquema de corrupção e pagado as irreais propinas, suas
companhias teriam ficado “de fora” da roda dos mafiosos, prejudicando seus
acionistas e trabalhadores. Quase todos afirmam com veemência que de nada
sabiam: viviam em outro planeta. Não saber de nada passou a ser um triste
refrão.
Os investigados, denunciados e presos continuam
protestando contra tamanha maldade: todos vítimas do lobo mau da Justiça. Seus
defensores encenam uma ópera-bufa de delirantes explicações: roubalheira
mascarada de comportamento legal, nos parâmetros da decência. Se essas ficções
patéticas fizessem sentido, nunca teria havido tantos inocentes no mundo: as
elites e os estrangeiros seriam os culpados. Essa farsa acabou: não há desculpa
perante uma nação ferida.
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