Seca no RS é problema antigo. A solução também é velha conhecida
O Rio Grande do Sul convive, há anos, com secas prolongadas; o uso da irrigação, contudo, avança lentamente no estado
Ana Clara Costa
Acostumados a assistir com pesar ao castigo da seca no Nordeste, muitos brasileiros espantaram-se nas últimas semanas com as imagens fortes de terra rachada e plantações perdidas no Sul do país. De clima temperado, com quatro estações bem definidas, a região sempre se gabou de seu potencial agrícola, explorado por pequenos proprietários reunidos em cooperativas. Contudo, as mudanças climáticas das últimas décadas têm provocado efeitos extremos na produção de uma extensa área. As tempestades de inverno aumentaram sua força, a estiagem de verão está cada vez mais prolongada e não há o menor indício de que o tempo será piedoso com os agricultores nos anos que virão. O governo estadual do Rio Grande do Sul estima que a seca atual tenha provocado um prejuízo de 2,2 bilhões de reais para o estado, que é o mais afetado pelo problema. As perdas da safra podem ser ainda maiores se não chover em janeiro.
As adversidades do clima não são exatamente uma novidade para os gaúchos. Plantações castigadas pelo excesso de chuva ou pela estiagem existem desde que a região começou a ser colonizada, nos idos do século XVIII. “Aqui a quebra de safra é iminente. Sempre teve. Meu avô, quando era produtor, há mais de 40 anos, sempre se queixava da quebra de safra e continuamos com isso até hoje”, afirma Arlindo de Azevedo Moura, presidente da SLC Agrícola, o maior conglomerado de agronegócio da América Latina, com sede em Porto Alegre. Segundo o executivo, que administra mais de 250 mil hectares de terra no país (nenhum deles no Rio Grande do Sul), soluções antigas, como a irrigação e a diversificação do cultivo, continuam eficientes quando se busca reduzir o impacto das mudanças climáticas nos estados afetados pela seca.
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