O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) afirmou
que a petista Dilma Rousseff precisa ser afastada da Presidência pelo
Congresso. Segundo ele, essa é a única saída para as crises políticas e
econômica.
FHC diz que o PSDB deve contribuir com eventual governo
do atual vice-presidente, Michel Temer (PMDB), com ou sem cargos na Esplanada
dos Ministérios. "Michel Temer tem condições de governar", perguntou o repórter, ao que FHC respondeu: "A história faz o líder".
A entrevista é da Agência Estado. leia tudo:
No fim do ano passado, o senhor mantinha
dúvidas em relação ao impeachment da presidente Dilma Rousseff. Mudou a
percepção do senhor?
Fernando Henrique Cardoso: Mudou. Eu fui passo a passo.
Cheguei a defender que ela tivesse um gesto de grandeza e renunciasse. Eu sempre
procurei ter uma atitude serena em relação a esses processos políticos e
especialmente em relação à presidente Dilma. Dificilmente você vai ver uma
palavra agressiva minha em relação à presidente Dilma. Não apenas pela
consideração institucional, mas também pessoal. Mas com a incapacidade que se
nota hoje de o governo funcionar, de ela resistir e fazer o governo funcionar,
eu acho que agora o caminho é o impeachment. Se eu bem entendi o que as ruas
gritaram, foi isso. As ruas gritaram (no dia 13) renúncia, fim, impeachment.
AE: Mas o senhor sempre alertou que esse era um processo
doloroso...
FHC: Continua sendo doloroso, mas os fatos se impõem. Tão
doloroso quanto o impeachment é a assistir ao desfalecimento da economia e da
sociedade..
AE: E o pós-Dilma, caso o impeachment venha a se concretizar?
FHC: As instituições brasileiras estão mais sólidas do
que estavam no impeachment do ex-presidente Fernando Collor (1992). Não há
temor de um retrocesso institucional. Tudo na política depende não apenas das
circunstâncias mas da capacidade de condução do processo. No caso do
impeachment, o natural é que assuma o vice, o Michel Temer. Vai depender dele e
das forças que ele for capaz de juntar. O País quer a continuidade da Lava
Jato, soluções para as questões econômicas prementes, respeito à institucionalidade.
AE: Como senhor avalia a crise?
FHC: Eu fiquei chocado com o que vi nesta última semana.
A maneira pela qual pessoas que são detentoras de cargos públicos e, no
particular, nas conversas, alimentam motivações, ideias e desejos que não são institucionais,
usando inclusive palavras de baixo calão, falando "nessa hora vamos
quebrar o pau, você tem de..
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