Recursos de R$ 43,5 bilhões do fundo garantidor rfeduzirão os prejuízos dos credores. O valor corresponde a garantia de seis bancos credores - Bradesco, Caixa, Itaú, BBA, Santander e Standard - , que executarão a Sete. No total, os bancos emprestaram R$ 12 bilhões.
Os principais jornais brasileiros informaram neste sábado
que a Sete Brasil, principal parceira da Petrobras na exploração do pré-sal,
sofreu um duro golpe, porque um de seus credores estrangeiros, o Standard Chartered
Bank, entrou com pedido de execução de garantias do empréstimo concedido à
empresa.
A Folha de S. Paulo, neste sábado, apurou que o banco já acionou o FGCN
(Fundo Garantidor da Construção Naval), fundo administrado pela Caixa Econômica
para assegurar o pagamento aos credores em caso de calote.
Em carta ao fundo, o Standard Chartered pede para sacar
sua cota no fundo –o que pode ser negado pelo fundo.
A reportagem não obteve a informação do valor do
empréstimo, mas apurou que é maior do que a
cota do banco no fundo –um sinal de
desespero diante da situação da Sete Brasil, já que prefere garantir um valor
menor.
Leia toda a reportagem (a ilustração ao lado também é da Folha):
Envolvida na Operação Lava Jato, a companhia não
consegue um financiamento de US$ 9 bilhões prometido pelo BNDES quando a
empresa foi criada, em 2010.
Como não obteve os recursos do BNDES, a Sete tomou R$ 12
bilhões com bancos –alguns deles são também sócios no negócio. Esses
empréstimos venceram, e a Sete não consegue pagá-los.
O Standard Chartered fez parte de um grupo de bancos
estrangeiros que, juntos, concederam R$ 2,6 bilhões à Sete. Esses
financiamentos, chamados empréstimos-ponte, venceram novamente nesta terça
(17). Eles já tinham sido renegociados anteriormente. O Standard foi o primeiro
a "jogar a toalha" porque não acredita que haverá uma saída para a
Sete.
AGONIA
A solução que está na mesa é do BNDES. Como revelou
a Folha, o banco estatal propôs liberar os US$ 9 bilhões que
tinha prometido à Sete diretamente para os bancos credores. Assim, ele
repassará o risco do negócio para as instituições financeiras.
Os credores não querem aceitar a proposta. Dizem que só
financiaram a Sete porque o governo, via BNDES, tinha se engajado no projeto
com a promessa do financiamento de longo prazo.
O prazo final para decidirem o salvamento da empresa é 31
de março. Se os bancos não aderirem, a empresa pode quebrar. Caso eles cheguem
a um acordo, o banco britânico pode suspender a execução das garantias.
O impasse se agravou após Pedro Barusco, ex-diretor de
operações da Sete, confessar ter cobrado propina dos estaleiros contratados
para fazer as sondas –reproduzindo na Sete os desvios praticados na Petrobras
quando foi gerente da estatal.
Desde então, o BNDES exige mais garantias para liberar o
recurso. Até a presidente Dilma pressionou para ajudar a empresa. Com a demora
do BNDES, a Sete atrasa pagamentos, comprometendo a construção das sondas.