O jornalista Marcos de Moura e Souza, que é da sucursal do jornal Valor em Belo Horizonte, ouviu o publicitário Paulo Vasconcelos, marqueteiro do senador
Aécio Neves (PSDB-MG) em sua pré-campanha presidencial, que encerrou terça-feira a
primeira fase de seu trabalho para o tucano. Ele finalizou o programa de dez
minutos que irá ao ar em rádio e TV e que mostrará com mais detalhes a
trajetória de Aécio. É o último programa do horário gratuito antes de a
campanha na TV começar, em meados de agosto. A entrevista ajuda a entender melhor que tipo de estratégia o tucano terá que desenvolver para dobrar Dilma e Eduardo Campos. Leia:
. Vasconcelos tem uma longa ficha de trabalhos com tucanos
mineiros. E foi o pai de Aécio, Aécio da Cunha, quem o chamou para se envolver
para valer pela primeira vez com marketing político. Aos 26 anos, o
publicitário coordenou a comunicação da campanha, derrotada, do então senador
Itamar Franco ao governo de Minas. Cunha era candidato a vice.
Antes de montar sua agência, a Vitória Comunicação
Institucional, com escritórios em Belo Horizonte e em São Paulo, Vasconcelos
trabalhou, de 1990 e 1995 na que considera sua "grande escola de
propaganda", a DNA Propaganda. Comprada por Marcos Valério em 1998, a
agência caiu em desgraça quando mais tarde viu-se que virou peça de engrenagem
do mensalão tucano e do mensalão petista.
. Nesta entrevista ao Valor - a primeira à
imprensa desde que assumiu o cargo - Vasconcelos diz que o desafio central é
ajudar Aécio a tornar-se conhecido nacionalmente e que a imagem que parte do
eleitorado já tem dele é de alguém com o carisma de Lula e a eficiência de FHC. Esta é a segunda campanha presidencial de Paulo
Vasconcelos. A primeira, em 19989, ele integrou a equipe que ajudou a
catapultar, em poucos meses, o alagoano Fernando Collor de Melo dos 2% nas
pesquisas para mais de 40% e para a vitória contra Lula.
, A seguir os principais trechos da entrevista que
Vasconcelos concedeu na sede da sua agência, em Belo Horizonte:
Valor: Que imagem do candidato Aécio Neves você
espera conseguir projetar para o país?
Paulo Vasconcelos: É muito comum você ter governantes
no Brasil afora que tenham tido em seus Estados uma boa avaliação. Isso é
normal. O que aconteceu com Aécio [que governou Minas entre 2003 e 2010] foi
uma coisa fora da regra. Um sujeito que tinha mais de 50 pontos de ótimo e bom
e que durante todos os sete anos e meio de governo a pior avaliação que ele
deve ter tido foi de 88% e a melhor, acima de 92%. Se metade dessa imagem puder
ser levada para a sociedade está bacana demais. Minas é um Brasil
multifacetado. Portanto raramente o que dá certo aqui não dá certo fora daqui.
A imagem a se construir do Aécio é nenhuma. A dificuldade é exportar essa
imagem.
Valor: Que imagem é essa, a de bom gestor?
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