O Sindicato dos Metalúrgicos de São Leopoldo revelou
neste final de semana que o grupo Gerdau tem planos de fechar sua fábrica de
Sapucaia do Sul, porque não tem como conceder o aumento salarial de 9,31%
previsto no dissídio coletivo dos metalúrgicos da região. O acordo previa
pagamento de 5% em julho e o restante em dezembro.
O site Sul21, que é alinhado com a CUT e o PT no RS, publicou ampla reportagem sobre o caso.
Leia tudo:
Neste final de semana, dirigentes sindicais foram
pressionados por trabalhadores do grupo gaúcho, segundo os quais haverá
demissão em massa e até fechamento da unidade, caso não seja revisto o dissídio
coletivo.
Segundo os trabalhadores, a Gerdau estaria se recusando a
cumprir o acordo e teria oferecido apena um abono de R$ 5 mil para cada
funcionário, sem qualquer reajuste para o próximo período.
Os sindicalistas dizem que, nesta sexta-feira, gerentes e
facilitadores da fábrica de Sapucaia do Sul coagiram os trabalhadores do turno
da manhã a parar o trabalho e irem até a sede do sindicato para pressionar as
lideranças a abrir mão da convenção sindical. A empresa teria disponibilizado
ônibus e cerca de 200 funcionários teriam ido ao sindicato.
Claudir Nespolo, presidente estadual da Central Única dos
Trabalhadores (CUT), ao qual o sindicato de São Leopoldo está vinculado,
salientou que a entidade vem acompanhando estas denúncias e disse que a Gerdau
está fazendo “uma grande chantagem” com os trabalhadores. “Se a empresa está em
dificuldades, ela tem que abrir uma negociação com o governo do Estado, não
pressionar os trabalhadores”, disse. “Não é por esse reajuste que uma empresa
como a Gerdau vai quebrar”, disse.
Segundo o sindicato, a planta de Sapucaia do Sul conta
com 850 funcionários da área de produção e outros 300 no setor administrativo.
Procurada pela reportagem, a Gerdau afirmou em nota que a
manifestação de trabalhadores desta sexta-feira foi voluntária e que mantém
negociação com o sindicato para a substituição do reajuste salarial por uma
garantia temporária de emprego.