Há pelo menos três meses, o editor tem batido repetidamente na tecla de que a (falta) política cambial e de comércio exterior do governo Lula, do PT, tem produzido desindustrialização. No RS, Abinee e Abimaq foram as primeiras entidades a lançar advertências. Foi tudo reproduzido aqui.
. O próprio Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, resolveu entrar na dança. Em documento que circula com reserva, o ministério propõe que o governo eleve o saldo comercial dos atuais 9% para 14%.
. Os números sobre as exportações também alarmam pela má qualidade das vendas para o exterior, porque as exportações brasileiras voltaram a privilegiar as commodities agrícolas e minerais, conforme estes dados do primeiro semestre:
1) Manufaturados: 40,5%.
2) produtos básicos, 43,5%.
. A indústria de transformação, que chegou a ter superávit de US$ 31,9 bilhões em 2005, registrou déficit de US$ 13,9 bilhões no primeiro semestre deste ano. Setores como têxteis, confecções, móveis e veículos, que eram superávitários, operam com déficit.
. No primeiro semestre, o superávit comercial foi de US$ 7,9 bilhões. Para eliminar a necessidade cobrir as contas externas com investimento do exterior, seria necessário saldo de US$ 19,5 bilhões.
. A proposta entra em conflito com as diretrizes do ministério da Fazenda, que prefere controlar as importações.
. A Abimac tem dados que mostram que o aço longo de países europeu chega ao país com preço 40% inferior ao do produto nacional. A mesma tendência ocorre em outros produtos siderúrgicos, como vergalhões e fio-máquina. O preço do aço nacional chega a ser o dobro do chinês, diz Velloso. Nesta área industrial houve déficit no primeiro semestre.A indústria metalúrgica ainda tem superávit, mas o saldo caiu de US$ 3,66 bilhões de janeiro a setembro de 2009 para US$ 689,7 milhões nos três primeiros trimestres deste ano.
CLIQUE na imagem para ler o estudo feito pela Fundação Getúlio Vargas sobre a balança comercial.