Apesar da recessão, fornecedores atrasam entregas, diz Galló

Em cenário recessivo pode até parecer irreal, mas no primeiro trimestre, a Renner enfrentou problemas com fornecedores de vestuário no Brasil porque, devido à oferta escassa de produtos, algumas varejistas começaram a oferecer preços muito altos pelas peças de vestuário para garantir algum estoque.Isto ajuda a explicar por que razão os números da empresa no primeiro trimestre não foram tão bons. “Como havia um cenário recessivo, os fabricantes nacionais imaginaram que haveria queda nas vendas e não avaliaram a substituição de importações. Temos confecções que se prepararam para uma demanda 8% menor no ano e estão hoje com uma carteira de pedidos 38% maior que sua capacidade de produção”, afirmou Galló. Renner trabalha com cerca de 120 fornecedores locais de vestuário.A varejista também informou que enfrentou atrasos no recebimento de peças de vestuário importadas.

O mercado varejista e até o mercado financeiro não conseguiram digerir com exatidão o que disse na terça-feira o presidente da Renner, José Galló, ao falar para analistas por teleconferência, tudo pasra analisar a queda nos números do balanço trimestral da rede varejista, a maior do País. Ele falou em "reduções de preços fora da realidade:

 - A queda de preços no mercado foi irreal. Vemos pequenos e médios varejistas já fazendo liquidação de inverno. Tem até varejista grande vendendo calça jeans a R$ 29. A matemática que estudei não tem explicação para isso. Parte das varejistas teve vendas fracas no Natal de 2015 e agora vende os produtos a preços muito baixos, para tentar gerar caixa.

E advertiu para o risco que correm as empresas:

- Isso acaba destruindo o futuro das companhias. Nos últimos dez a 15 anos, não me lembro de ter visto um primeiro trimestre tão promocional e muitas dessas promoções são irrealistas. Isso descapitaliza as empresas. Provavelmente essas empresas não vão acabar bem;


O jornal Valor de ontem, informa que de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a inflação de vestuário medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo -15 (IPCA-15) foi de 1,56% no acumulado de janeiro a abril, ante uma inflação geral de 3,32%. As vendas de vestuário no primeiro bimestre caíram 12%, contra uma queda no varejo restrito de 7,6%.

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