E se Tarso aceitar o convite e comparecer à reunião de Sartori no Piratini ?

O que mais espantou no convite feito pelo governador José Ivo Sartori ao ex-governador Tarso Genro, não foi a decisão de vê-lo na reunião de amanha de manhã no Piratini, quando serão feitos esclarecimentos sobre o Mandado de Segurança do caso da dívida com a União (leia mais abaixo), mas é o fato de que o líder petista possa de fato comparecer ao Salão Negrinho do Pastoreio.

O petista ficaria quieto ou responderia tudo de pronto ?

É tudo muito estranho.

O governo Tarso Genro quebrou o Estado e se não tivesse feito isto de modo deliberado, metódico, implacável, os servidores não estariam recebendo seus salários com os atuais atrasos. 

E nem seria necessária a reunião de amanhã. 

No artigo a seguir, o economista Darcy F.C. dos Santos explica com números irrefutáveis o que foi a herança maldita que Tarso Genro deixou para Sartori.

Leia:

A margem para investimentos é o resultado da diferença entre a receita corrente líquida e as despesas totais, exceto os investimentos. É o que resta para investir depois de deduzidas todas as demais despesas, inclusive o serviço da dívida.

Em minha opinião, a margem para investimentos é o melhor dos indicadores, pela distorção que pode ocorrer nos outros. Por exemplo, o resultado orçamentário pode estar mascarado pelas operações de crédito, como ocorreu em 2014,  ou pelas receitas de alienação de bens e direitos, como ocorreu em 2007, como “IPO”  do Banrisul.

O resultado primário, além de não conter as operações da dívida, ele pode estar mascarado pelos investimentos, que é uma variável de ajuste dos governos.

Pela margem para investimentos,  constata-se que o Estado vinha se ajustando, ao ponto de em quatro anos ela ser positiva, embora o último o ano de 2011 ela fosse de apenas 1%. Em 2010 ela foi de 8,8%.

A partir de 2011 a margem para investimentos  apresentou sensível queda, atingindo -, 6,7 em 2014 e -13,1% em 2015. No ano de 2014 ela seria bem menor, caso não tivesse sido lançado no ativo financeiro, em vez de na despesa, R$ 1,3 bilhão, a maioria decorrente de decisões judiciais.

Em 2015, embora o governo atual tenha feito grande ajuste fiscal, não conseguiu evitar que a despesa com pessoal crescesse R$ 2,4 bilhões, quando a receita corrente cresceu nominalmente 4,2% ou decresceu 4,4% em termos reais. A receita total decresceu 0,4 nominalmente ou -,8,6 em termos reais. O crescimento da despesa com pessoal deve-se ao crescimento vegetativo da folha e, principalmente, aos reajustes concedidos no governo anterior que vão até 2018.

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