O agonizante Carnaval das escolas de samba em Porto Alegre

Os mais antigos ainda lembram dos carnavais no Centro Histórico, a última etapa foi na avenida Loureiro da Silva, a "Perimetral", quando houve a transferência da festa das escolas de samba para longe, na zona Norte. 

Um dos argumentos na época, além do transtorno aos moradores, também dizia respeito ao trânsito, sobretudo quando enormes carros a caminho do desfile, ou saindo dele, quebravam em plena avenida e interrompiam o fluxo.

Atualmente, o carnaval dos blocos numa área de alta densidade populacional, incomoda mais do que as escolas de samba no passado, mas já está consolidado na Cidade Baixa. Também ocorre sem transtorno em trechos da orla na avenida Guaíba. Isso não vai acabar porque as pessoas participam aos milhares, todas as vezes em que as charangas saem às ruas arrastando multidões.

Faltando menos de três semanas para o desfile do Carnaval, problemas de capina alta, lixo acumulado e falta de manutenção se repetem no Complexo Cultural do Porto Seco. O local onde as escolas de samba vão se apresentar dias 6 e 7 de março precisa passar por uma faxina pesada, antes de receber os foliões que atravessam a cidade e vêm de outros municípios para torcer por suas escolas.

O abandono do local ganhou novo capítulo, com a decisão do juiz Fernando Carlos Tomasi, da 4ª Vara da Fazenda Pública. Ele determinou que a prefeitura preste informações, em 72 horas, sobre a destinação de 80 mil reais da emenda impositiva aprovada na Câmara Municipal para limpeza, capina, abastecimento de água, eletricidade e outros serviços.

A decisão do magistrado atende ao mandado de segurança do vereador João Bosco Vaz (PDT), que também é autor da emenda ao orçamento. Em nota, o município informa que foi intimado ontem, através da Procuradoria-Geral do Município (PGM), a prestar informações e possui um prazo de 72 horas para manifestação.