Cientistas políticos dizem que renovação do Congresso deve ser discreta

Os brasileiros não devem esperar que a reforma política traga mais renovação ao Congresso, avaliam cientistas políticos ouvidos pela Folha de São Paulo. Eles apostam que as novas regras aprovadas no começo do mês devem beneficiar apenas os grandes partidos e os políticos com mandato.

Contribuirá para isso o fato de que, com o fim das coligações e a cláusula de desempenho, partidos com poucos votos ficarão fora da Câmara e não terão acesso a recursos públicos.

O novo fundo para campanhas eleitorais dividirá R$ 1,7 bilhão entre 35 partidos no próximo ano, e 52% desses recursos irão para cinco siglas. PMDB, PT, PSDB, PP e PSB são, na ordem, as mais beneficiadas e, juntas, terão direito a quase R$ 885 milhões. Na outra ponta, estão dez legendas que ficarão com a menor fatia e receberão, no total, R$ 9,7 milhões, o que, para uma campanha eleitoral, é irrisório.