Professora Rosália Saraiva - Pátria amada, Brasil

Claro que todo mundo (mundo mesmo) se deu  conta de que, descaradamente, sem nenhuma vergonha, Lula reassumiu o governo do Brasil. Ele coordena os roubos ( eufemisticamente chamados por eles de mal feitos), ele escolhe os ministros, ele determina alianças, ele define os rumos do país. Criou sua criatura que, por falta de competência (marionetes aprendem?) não conseguiu entender que ele mandava no pedaço. Então, resolveu colocar as manguinhas de fora, publicamente, e marcar seu território, assumindo o lugar que acha que é seu por direito divino.

E lá vai o Brasil, nau sem rumo no meio dessa correnteza toda que, com certeza, está nos levando para o precipício. Mas, já dizia o velho ditado que, quanto mais alta a árvore, maior o tombo. Como os ditados fazem parte da sabedoria popular, fico tentada a acreditar que o tombo de Lula possa ser grande. Mas, para isso, dependemos de uma serra afiada, que corte a árvore daninha pela raiz. Se deixarem o juíz Sérgio Moro e sua equipe trabalhar, isso pode acontecer. Mas, com as artimanhas do Supremo e da turma escolhida a dedo, como adubo mal-cheiroso para fazer crescer o poder de Dilma (?), Lula, PT, PMDB e por aí afora, não vai ser fácil.

Será que não está na hora da população íntegra e honesta desse país sair para a rua e marcar posição contra essa vegetacão rasteira que, junto com muitas árvores altas e podres, invadiram toda a extensão de nossas vidas, devastando o Brasil moral e economicamente?

Estou impressionada  com o marasmo da população contrária a tudo isso, uma  maioria silenciosa que está deitada  nesse berço  nada esplêndido. Claro que aqui é o país do carnaval e que temos a tendência de ficar lagarteando ao som do mar e à luz do céu profundo. Mas, acordem, não fulguramos mais como florão do novo mundo, rebaixados que fomos pelas agências de classificação de risco.

Nem somos mais um gigante belo, impávido e colosso. Somos um gigante muito, muito feio que logo, logo, num futuro nada esplêndido, estará assustando as crianças de hoje. Nossa economia está péssima, a corrupção em todo as áreas é a tônica, o crime e a falta de segurança dominam nossas cidades,   a impunidade é a regra, as pessoas morrem nas filas dos hospitais, a educação está de mal a pior, morre mais gente no trânsito do que na guerra do Iraque, a maioria dos políticos só pensa no cargo para se locupletar com o dinheiro público, as reformas políticas existem para manter o poder na mão dos corruptos, a justiça é falha e ineficaz, a polícia está desmantelada, etc, etc.

Será que nossos bosques tem mais vida? Mas, o roubo consentido de madeira

devasta a Amazônia. Nossa vida no teu seio tem mais amores? Nunca antes nesse país, tanta discriminação apareceu, incentivada pelas políticas governamentais de antidiscriminação, formas de jogar brasileiro contra brasileiro. O verde louro de nossa flâmula foi sufocado pelas estrelas vermelhas que aparecem e desaparecem ao sabor da conveniência dos petistas. Mas, seu sonho é inundar nossos campos de um mar vermelho bolivariano, apagando o sol da liberdade e seus raios fúlgidos.  A justiça não ergue mais a clava forte para defender o povo, mas para safar os corruptos e safados, colocar criminosos nas ruas ou para cuidar do seu próprio bem estar financeiro.

Mas, não podemos fugir da luta nem temer a morte de nossas esperanças. Duas vezes se ouviu um brado retumbante, um que pediu as diretas já e outro que derrubou Color. Precisamos de novo desse grito retumbante nas ruas, que alcance e intimide o Congresso, o Supremo e o Executivo, para  mostrar que somos filhos íntegros deste solo gentil que é nossa pátria amada, Brasil.

Será que perdemos a voz? Se isso aconteceu, nosso futuro jamais espelhará a grandeza pretendida em nosso hino. E ficaremos eternamente deitados às margens plácidas, mais de duzentos milhões de brasileiros comandados por Lula e sua gang, oficialmente eleito presidente, de novo. Sem reclamar, e cantando nosso hino nos campos de futebol, acenando as bandeiras vermelhas. Até um longínquo futuro, esperado sempre,  que espelhe  a grandeza da nossa  pátria amada, Brasil.

 * Rosália Saraiva é professora, Porto Alegre, RS, Brasil.