No triênio 2012-2014 houve grande endividamento público
por parte dos Estados brasileiros, que obtiveram R$ 98,6 bilhões de empréstimos
– 195% a mais em relação ao triênio anterior. Uma terça parte dessa importância
foi contraída no exterior. Como os Estados passavam por dificuldades
financeiras, e também em função das obras da Copa do Mundo, o governo federal
facilitou o endividamento tanto interno quanto externo. Porém, houve Estados
que utilizaram parte desses recursos indevidamente em despesas correntes.
O Estado do Rio Grande do Sul mais do que dobrou sua
dívida externa entre 2010 e 2014. Passou de R$ 2,3 bilhões a R$ 5,5 bilhões,
aumentando a participação dos empréstimos contraídos no exterior de 5,1% para
9,1% no total da dívida consolidada, neste período.
O Paraná contraiu apenas R$ 230,2 milhões de operações de
crédito no último quadriênio, reduzindo sua dívida externa de R$ 1,9 bilhão, em
2010, para R$ 917 milhões, no ano passado. Assim, a percentagem referente aos
empréstimos no exterior no total da dívida diminuiu de 10,3% para apenas 4,6%.
Já Santa Catarina foi o Estado que mais aumentou
relativamente sua dívida externa entre 2010 e 2014, multiplicando-a por nove: de
R$ 310,5 milhões passou para R$ 2,7 bilhões. No total da dívida, o valor
representa atualmente 15,3% enquanto, há quatro anos, era somente de 2,3%.
Tomando a cotação do dólar por R$ 4 em 30 de setembro, o
valor da moeda norte-americana terá aumentado em torno de 52% somente neste
ano. O reflexo dessa variação incidirá no valor do serviço da dívida externa
[montante relativo aos encargos, juros, correção monetária e amortização]. Em
2014, no Rio Grande do Sul, ele foi R$ 140 milhões (4,3% do total); no Paraná,
R$ 138,2 milhões (8,9%); e em Santa Catarina, R$ 193,2 milhões (14,1%). Neste
ano, portanto, esses valores serão acrescidos na proporção da variação do
dólar.
A menor participação da dívida externa no Rio Grande do
Sul se deve à renegociação feita com o Banco Mundial, que trocou dívida mais
cara por mais barata, no período entre 2007 e 2010. Ainda assim, o valor
aumentará com as novas operações citadas. A variação do dólar terá impacto
também no saldo devedor da dívida, mas será menos significativa nos estados do
Paraná e de Santa Catarina. Ambos possuíam em 2014 um grau de endividamento de
58% e 45%, respectivamente, muito abaixo do limite de 200% estabelecido pela
Lei de Responsabilidade Fiscal.
Enquanto isso, o Rio Grande do Sul, que estava com o grau
de endividamento de 209% em 2014, planeja reduzi-lo para 200% no próximo ano.
Como a relação entre dívida consolidada e RCL (Receita Corrente Líquida)
cresceu para 213% no primeiro quadrimestre de 2015, o Estado poderá ficar acima
do limite até o final de 2017 – o que o impedirá de contrair qualquer operação
de crédito.
2 comentários:
O que o Dacy nao fala e do lucro em dolares dos exportadores que sao isentos de pagarem icms gracas a lei kandir.A AL do Mato zgrosso faz um debate acirrado sobre o tema aqui a AL e os Dr.se calam talvez por que o relator desta cagada tenha sido o Germano Rigotto relator da lei kandir
ERRADO, DÍVIDA AUMENTA SÓ PARA QUEM CONTRAI DÍVIDAS.
Postar um comentário