Entenda melhor como é que o governo grampeou o ministro Gilmar Mendes no STF

Partiu do delegado e atual deputado Protógenes Queiroz, o condutor da Operação Satiagraha, a ordem para que o agente federal Távora grampeasse os telefones dos ministros do STF, e não apenas do ministro Gilmar Mendes, como se pensava inicialmente. Outros agentes instalaram escutas ambientais. Na época, a revista Veja contou tudo em detalhes (foto ao lado).

. A revelação é do delegado Romeu Tuma Júnior, que acompanhou tudo de perto, na posição de secretário Nacional de Justiça do governo Lula.

. No seu livro “Assassinato de Reputações”, Tuma Júnior afirma com todas as letras que Protógenes Queiroz cumpriu ordens de Lula ao desfechar a Operação Satiagraha. Ele teve o apoio direto do então chefe da Abin, o delegado Paulo Lacerda. Eis o que está na página 283 do livro:

- O grampo custou o cargo ao diretor da Abin, Paulo lacerda, expelido para uma assessoria aspone em Portugal.

. Não só Gilmar Mndes foi grampeado como também todos os outros ministros do STF. O grampo foi feito com uma maleta francesa empregada para rastrear celulares em presídios (...) Protógenes, Dadá e seus gansos e agentes fizeram uso dessa maleta.

. Na página 284, Tuma Júnior publica a íntegra de uma cata do delegado Edson Oliveira, ex-chefe da Interpol.Nela, o delegado conta que chegou ao nome de Távora depois de investigações com o presidente do Sindicato dos Policiais Federais do Rio. O delegado foi depois perseguido implacavelmente pelo governo.

. Claro que não se tratou apenas da maleta francesa, mas de escutas ambientais. “Todo o aparato foi colocado com a participação de arapontas que prestavam serviços de segurança e limpeza aos próprios gabinetes dos ministros”, conta o livro.