- Este artigo foi originalmente publicado no blog do Noblat, dia 10. A ilustração é do blog chumbogordo.com.br
O procurador do Ministério Público junto ao Tribunal de
Contas da União (TCU), Júlio Marcelo de Oliveira, e o auditor fiscal da mesma
instituição, Antonio Carlos Costa D’Ávila, testemunhas, e os senadores
Lindbergh Farias, Gleisi Hoffmann e Vanessa Grazziotin, que atuaram ontem na
sessão da Comissão do Senado Federal que analisa o impeachment de Dilma
Rousseff pareciam pessoas de épocas e mundos distintos; ninguém diria, ao
vê-los e ouvi-los, que são cidadãos do mesmo nível social e, imagino eu, com
escolaridade semelhante. Palavra de honra, fiquei muito impressionada e, se os
conhecesse, telefonaria para os senhores que ali estavam como testemunhas
convidadas para lhes prestar minha solidariedade. Eles foram chamados para testemunhar sobre um
assunto da maior seriedade e em certos momentos foram tratados como se
estivessem sendo julgados! E julgados por quem? Pela bancada do Jardim de
Infância, excelente definição que copio de O Antagonista. Além de infantilizados, os três senadores que
se aboletam na primeira fila para não perder nenhuma chance de serem vistos
pelas câmeras de TV, são cheios de melindres, se ofendem com quaisquer observações
feitas por colegas do Senado, mas não se eximem em questionar as testemunhas em
um tom que imaginam ser superior, como se quisessem deixar óbvio que sabem mais
do que eles…
O apelido Jardim de Infância é perfeito, pois eles se
comportam de modo bastante imaturo. As moças são cheias de não me toques. O
senador é tão nervosinho que dá a impressão que pode levantar voo a qualquer
momento.
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