Livro é tentativa de justificar crimes cometidos contra Daniel Dantas pela Satiagraha

O artigo a seguir é de Márcio Chaer, do Conjur. Ele desconstrói o livro "Operação Banqueiro". Ao contrário do livro, Chaer desconstrói as falsidades do delegado Protógenes Queiroz e suas investigações safadas contra o banqueiro Daniel Dantas. Leia:

No dia 1º de setembro de 2008, o outrora famoso procurador da República Luiz Francisco de Souza ajuizou uma ação de improbidade devastadora contra ele próprio. O procurador tentou fritar o financista Daniel Dantas e o grupo Opportunity com uma petição escrita pelo empresário Luís Roberto Demarco, pessoa interessada na fritura. Demarco emprestou o texto, Luiz Francisco emprestou a assinatura.

O problema da autoria não foi o único — até porque, enquadrar alguém com a fama de Dantas parecia ser, à época, um dever cívico de todos os brasileiros. O grave é que a ação se baseava em fundamentos falsos, como uma reportagem atribuída à Folha de S.Paulo, mas que o jornal nunca publicou. O texto da vida real, diferentemente do usado na petição, falava de doleiros, não do Opportunity. Interpelado sobre a falsificação, Rubens Valente, um dos autores do texto da Folha deu uma resposta aparentemente enigmática. “Não saiu [o texto citado na ação], mas é aquilo lá mesmo”.

O pano de fundo do episódio era a disputa para ver quem ficaria com um poderoso naco do bilionário mercado da telefonia, o da Brasil Telecom. O ganhador somaria um faturamento de 30 bilhões de dólares anuais com a operadora anexada.

Nessa disputa, o talentoso Luís Roberto Demarco, roteirista de boa parte dessa batalha, dublou deputados, policiais federais, procuradores e procuradoras da República e muitos jornalistas. Há pelo menos mais um caso de texto de Demarco na Folha publicado com nome de outra pessoa.

A Folha é um jornal rigoroso no controle de qualidade. Mas quase nenhum meio de comunicação ficou imune ao nível de articulação que envolveu essa guerra comercial.

O mal em nome do bem
As obras completas de Demarco foram condensadas em um livro lançado na primeira semana deste ano: “Operação Banqueiro”. O jornalista Rubens Valente — que aparece como autor da reportagem que não foi publicada, na ação que não foi escrita pelo procurador Luiz Francisco — assina a obra, que passa a integrar a coleção de livros sobre o fenômeno.

O livro foi oferecido antes à Editora Três Estrelas e à Publifolha, ambas da Folha de S.Paulo, mas foi rejeitado por defeitos incorrigíveis. A empreitada de bancar a ficção ficou a cargo da Geração Editorial, que pertence a Luís Fernando Emediato, ex-presidente do Conselho Deliberativo do Fundo de Amparo ao Trabalhador.

O enredo dessa “Operação” é um conto de fadas contemporâneo.

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