Cony avisa que voto de Celso de Mello, hoje, transformará os brasileiros de bem em "vândalos"

(Hanna Arendt –Eichman em Jerusalém, um relato sobre a banalidade do mal- Epílogo –pag. 283- Companhia das Letras-2013)
O malfeitor é levado à justiça porque seu ato perturbou e expôs a grave risco a comunidade como um todo, e não porque, como nos processos civis, indivíduos foram prejudicados e têm direito à compensação. A compensação efetivada nos casos criminais é de natureza inteiramente diferente; é o corpo político em si que exige ‘compensação’ e é a ordem pública que foi tirada de prumo e tem de ser restaurada, por assim dizer.

O editor pinçou o parágrafo acima para introduzir a publicação da opinião que fez o escritor e jornalista Carlos Heitor Cony em seu artigo de ontem na Folha de S. Paulo, intitulado "Vésperas Sicilianas", no qual analisou os eventos relacionados com o julgamento desta tarde no STF, quando será conhecido o voto do ministro Celso de Mello em favor dos bandidos petistas do Mensalão. Cony foi a primeira voz de repercussão nacional que atacou diretamente o golpe de 64. Um dos seus artigos, "A revolução dos caranguejos" virou mantra de protestos.  Leia o artigo:

Amanhã, o decano daquela corte desempatará o placar da Justiça, que está cinco a cinco. Aceitando os embargos infringentes pedidos pelos réus, diz ele que não se tratará de uma absolvição. Tudo certo. Não será uma absolvição, mas uma prorrogação, forma perversa da impunidade. Pessoalmente, acredito que os culpados já foram punidos pela opinião pública, que condena a corrupção instalada nas engrenagens do poder. Ir ou não para a cadeia, em regime aberto ou fechado, pode parecer uma vingança da sociedade. Devolver o dinheiro roubado, com juros e mora, não seria uma vingança, mas um direito da nação. Pelo rodar da carruagem e pelas circunstâncias que fazem do próximo ano um acerto de contas com o eleitorado, prorrogando-se os embargos sucessivos, discutindo-se a quadratura do círculo indefinidamente, teremos, como na Máfia tradicional, os padrinhos, poderosos ou não, que darão a mão para o beijo protocolar da plebe rude. No desenrolar do processo, as mídias e as polícias condenarão os vândalos que somos todos nós.

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6 comentários:

Mordaz disse...

O resultado de tudo isto é porque justiça não se está fazendo. O crime foi do partido, absolvido e permitido a continuar a delinquir para construir o seu projeto, que o mensalão foi apenas uma parte. E Lula, que continuou o seu mandato continuando a delinquir com ajuda de boçais e aloprados. O STE falhou em não punir o partido por dinheiro mal havido, e o caso Celso Daniel, de onde já se roubava dinheiro para o “projeto”, ficou impune. No RGS, o Clube dos Seguros da Cidadania, que lavava dinheiro sujo para o PT, não deu em nada no STF com o comando de Nelson Jobim. A impunidade da justiça, que insistentemente se negou a incluir O CHEFE, colhe as consequências de se lixar para a falta de ética do partido e permitir persistir em colocar a mão na m….! A justiça ajudou os que pensam como Paulo Betti e Vagner Tiso. O Brasil que, anseia pela decência e democracia, perdeu.

Anônimo disse...

Políbio,

Hummm, sei não!!

O Celsinho não apareceu nas sessões do STF nem segunda e nem terça.

Para quem tinha o tal voto pronto, no mínimo estranho!!

Acho que o Brasil decente vai prevalecer!!

JulioK

Anônimo disse...

Ministro pressiona Ministro.
No Globo. Inacreditável !
Nem no regime militar se viu um Ministro pressionar outro, no dia de voto decisivo !

Saiu no Globo, o 13º voto no Supreminho, no mesmo dia em que o Ministro Celso de Mello decide sobre os embargos infringentes:

O Supremo e os embargos infringentes

(…)

O sistema não fecha, no que, considerado o crivo do Supremo, é assentada a revisão pelo próprio Tribunal, colocando-se em dúvida o acerto do ato condenatório formalizado. Ao lado disso, a admissão do recurso gera consequências. A primeira refere-se à quebra do princípio igualitário, porque apenas os acusados com quatro votos a favor terão o direito a eventual reforma do que decidido. A segunda concerne à mudança na composição do Tribunal em virtude da aposentadoria de dois ministros que participaram do julgamento. É dizer: caso os integrantes que chegaram depois somem os votos aos quatro da corrente minoritária, a condenação poderá ser transformada em absolvição, dando-se o dito pelo não dito, para a perplexidade geral. Isso já ocorreu presente a cassação de mandato parlamentar, no que o novo Supremo concluiu, apesar da prática de crime contra a administração pública, não lhe incumbir o implemento. Acrescente-se a problemática da prescrição, uma vez que existe a possibilidade de haver a diminuição das penas.

Esta quarta-feira promete definição sobre a quadra vivenciada. É reveladora de novos tempos? Com a palavra o decano do Supremo, o douto ministro Celso de Mello, a quem cabe o voto decisivo, ante o empate verificado, de cinco votos pela admissibilidade do recurso e outros tantos no sentido da revogação tácita do Regimento Interno. Que o resultado seja alvissareiro!

Marco Aurélio Mello é ministro do Supremo Tribunal Federal e vice-presidente do Tribunal Superior Eleitoral.

Marcelo Gaucho disse...

Eu vejo a justiça no Brasil como uma bela PIZZA NAPOLITANA!!! Infelizmente!!

Anônimo disse...

"Pessoalmente, acredito que os culpados já foram punidos pela opinião pública, que condena a corrupção instalada nas engrenagens do poder. Ir ou não para a cadeia, em regime aberto ou fechado, pode parecer uma vingança da sociedade."

ai jezuiz, vejo coisa!!!

dizem que o rombo do mensalão girou em torno de 300 milhões...

o nobre escritor poderia nos mostrar como faria para que os réus reembolsassem essa quantia fabulosa aos cofres públicos...

o nobre escritor propõe uma pena inexequível, ou seja, nada melhor para um larapio do que ser condenado a uma pena que ele nao pode cumprir!

todos os larápios dessepaiz contam com esse seu raciocínio benevolente, nobre escritor desse artigo...

Polibio, pare de publicar esses textos de raciocinios infantis, por favor...

Anônimo disse...

Políbio vou comer uma bella pizza apimentada, para controlar meu estômago, que está revoltado.

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