O Ministério Público Federal no DF concluiu que não houve
justificativa para que o BNDES emprestasse 102 milhões de reais para o Grupo
São Fernando, do pecuarista José Carlos Bumlai, em 2012, com a intermediação do
Banco do Brasil e do BTG Pactual. O empresário é amigo do ex-presidente Lula e
foi preso na Operação Lava-Jato. O empréstimo foi feito de forma indireta, por
intermédio dos BTG Pactual e do Banco do Brasil. A conclusão de que a operação
não tem sustentação técnica faz parte de um despacho assinado em março desse
ano pela procuradora da República Sara Leite, anexado a uma investigação
sigilosa.
BNDES e BB estavam sob controle político de Lula, que era presidente, enquanto que o BTG é do banqueiro André Esteves, preso com Delcídio Amaral. sob acusação de tentar dar fuga a Nestor Cerveró, tudo a pedido de Lula.
O empréstimo foi concedido ao grupo da família Bumlai
depois que a falência da Usina São Fernando já tinha sido requerida. A
procuradora Sara Leite, após receber as explicações do BNDES, escreveu no despacho: “Não
há nos autos justificativa para que tal operação fosse intermediada pelo Banco
do Brasil e pelo BTG Pactual”, diz o MPF, “diante da situação crítica em que se
encontrava a empresa”.
A investigação foi iniciada a partir de notícias de que o
BNDES havia driblado normas internas para conceder o empréstimo ao “amigo de
Lula”. O contrato foi assinado em 2012, quando o pedido de falência já
tramitava na Justiça.
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