Moro tem áudios das falas de Edinho Silva e Giles Azevedo. Juiz eleva o julgamento do TSE ao grau máximo de ebulição. Dilma e Temer correm riscos imediatos.

A entrega de seis delações premiadas inteiras ao TSE, todas de réus do Lava Jatos já condenados em ações criminais julgadas no Paraná, é um dado surpreendente, novo e devastador no âmbito do julgamento do pedido de cassação dos mandatos de Dilma Roussef e Michel Temer.

O juiz Sérgio Moro, ao encaminhar tudo ao TSE (leia abaixo) introduz um ponto extraordinário de inflexão no julgamento, porque entrega delações que comprovam com testemunhos, datas, horários, nomes e valores, tudo o que foi entregue de dinheiro sujo para a campanha de Dilma.

E sugere que os réus sejam ouvidos no julgamento.

A crise política assume contornos terrivelmente dramáticos para Dilma, colocando-se dentro do seu gabinete no Palácio do Planalto.

Outros nomes poderão surgir como testemunhas, como o de Otávio Azevedo, dono da Andrade Gutierrez, que já entregou a Moro áudios com gravações que fez das chantagens feitas pelo ministro Edinho Silva e por Giles Azevedo, exigindo dinheiro para a campanha do ano passado.

Eis os nomes dos delatores que Moro sugere serem objeto de oitivas ( o texto é do juiz federal):

"Saliento que os criminosos colaboradores Alberto Youssef, Paulo Roberto Costa, Pedro José Barusco Filho, Augusto Ribeiro de Mendonça Neto, Milton Pascowitch e Ricardo Ribeiro Pessoa declararam que parte dos recursos acertados no esquema criminoso da Petrobras era destinada a doações eleitorais registradas e não-registradas. Como os depoimentos abrangem diversos assuntos, seria talvez oportuno que fossem ouvidos diretamente pelo Tribunal Superior Eleitoral a fim de verificar se têm informações pertinentes"