Presidente do STF foi grampeado: Joaquim Barbosa ataca corporativismo de juízes na criação dos novos Tribunais Regionais Federais

Boa parte do material abaixo foi divulgado esta noite pela Agência Brasil, que pertence ao governo. No Jornal Nacional, Rede Globo, áudio de trechos do bate-boca entre o presidente do STF e os magistrados foi divulgado. Nem a Agência Brasil e sequer a Globo, explicaram quem gravou a conversa e quem vazou tudo para ambos. A conversa não foi pública, mas acabou devassada por alguém que gravou sorrateiramente o que foi dito durante a audiência, o que é moral e eticamente condenável  - e politicamente um ataque direto e traiçoeiro  à autoridade do presidente de um dos Poderes da República. O que vai a seguir, não foi possível conferir, porque só quem gravou e quem recebeu a fita sabe o que editou. 


Foi em clima de tensão que o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Joaquim Barbosa, recebeu hoje (8) os dirigentes de entidades de classe da magistratura. É o primeiro encontro desde que Barbosa começou sua gestão, em novembro do ano passado.  A audiência ocorreu no gabinete da Presidência do STF e foi marcada por duras críticas aos dirigentes classistas. Em pelo menos duas vezes, os ânimos se acirraram e Barbosa determinou que os convidados baixassem o tom de voz ou só se dirigissem a ele quando solicitados, além de criticar a presença de pessoas que não foram chamadas. A audiência estava sendo pleiteada há meses para apresentação das demandas corporativas, mas a relação estremecida entre Barbosa e as associações dificultou a aproximação.

Recentemente, Barbosa provocou reação das entidades ao falar, durante sessão do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), que há conluio entre juízes e advogados. O presidente do STF e do CNJ também marcou posição contra a criação de quatro novos tribunais federais no país. O projeto foi aprovado na semana passada pelo Congresso Nacional e teve como grande articuladora a Associação dos Juízes Federais do Brasil (Ajufe).

Hoje, ao falar do assunto com o presidente da Ajufe e com os dirigentes da Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB) e da Associação Nacional dos Magistrados da Justiça Trabalho (Anamatra), Barbosa disse o seguinte:

 - A  expansão da Justiça Federal foi articulada "sorrateiramente", "na surdina". Os senadores foram induzidos a erro, pois nenhum órgão do Estado foi ouvido e não houve estudo sério sobre o impacto financeiro da medida, que é de cerca de R$ 8 bilhões.

E foi adiante:

- A visão corporativista distorce as coisas. A Justiça Federal está crescendo de forma impensada e irracional. Os novos tribunais serão criados perto de resorts.

. O ministro fez referência a outro embate recente com as entidades de classe, quando o CNJ proibiu patrocínios privados em eventos promovidos pelas associações. Na maioria das vezes, eles ocorriam em resorts e com sorteio de brindes.

Logo de início ele já tinha fustigado a comitiva, porque  os magistrados disseram que traziam propostas para fortalecer o Estado Democrático de Direito. Isto  provocou reação de Barbosa.

- O senhor acha que o Estado [Democrático] de Direito no Brasil está enfraquecido? Temos seguramente a democracia mais sólida da América Latina. Me causa estranheza pedido para que não haja enfraquecimento.

. Também houve mal estar quando Barbosa citou as investidas das entidades contra o CNJ e quando ele criticou a tática de usar a imprensa para atacá-lo.

-  Quando tiverem algo a acrescentar, antes de irem à imprensa, dirijam documento à minha assessoria, não vão primeiro à imprensa para criar clima desagradável", disparou.  O ministro ainda disse que as associações "não podem fazer só o que interessa à classe, mas o que interessa a todo o país.

7 comentários:

Anônimo disse...

O carater deste Senhor não é o de brasileiro!

Ou melhor, é um brasileiro fora da média.

Não faz versos, não cantorola, não toma chimarrão, não é contorcionista talvez por sofrer da coluna, simplesmente direto.

Ha! Se tivessemos 1% deste no País!

Anônimo disse...

Num país cada vez mais indecente era de se esperar uma caça à Barbosa.
Aqui homem decente, linha dura e disposto a defender os interesses da sociedade vira alvo.

Anônimo disse...

Ele falou que havia no ambiente gente que não era para estar ali.
Ele sentiu a presença do espião.
Vai ser fácil descobrir o autor da indiscrição.

Anônimo disse...

Qual é o problema de tomar chimarrão, anônimo das 00:32? Essa eu não entendi.

Anônimo disse...

também achei estranhíssimo a existência de um áudio de uma reunião particular dentro do gabinete do presidente do STF!

se isso nao eh arapongagem, o que mais pode ser?

eh um escândalo tremendo!

Anônimo disse...

Porque não ventilar que quem gravou a conversa foi um dos presentes? Alí a briga era entre juizes, ou seja, de cachoro grande.

Saracuras no Quintal disse...

Muitas quadrilhas abrigam-se nas esferas oficiais ou nas suas órbitas. Quem se propõe a combater seus interesses escusos pode ser vítimas de diversas estratagemas para os desqualificar, enquanto sem-números de outras são urdidas para proteger esquemas criminosos.

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