Zé Dirceu está sendo condenado como corrupto e essa gente reúne-se para homenageá-lo

Em festa da esquerda, diplomata admite: Lula tomou “apenas parte do poder do Estado"

Entre figurinhas carimbadas da esquerda chique brasileira, não faltou ainda um tímido desagravo a José Dirceu, sob o olhar penetrante de Leticia Sabatella. Como sabemos da coisa toda? Obviamente, Mônica Bergamo noticiou. Independente do que aconteceu ou venha a acontecer com a esquerda brasileira, eles sempre terão Bergamo: http://www1.folha.uol.com.br/fsp/ilustrada/69655-monica-bergamo.shtml.

Lá estavam a atriz global, José Dirceu, Fernando Morais, Luis Carlos Barreto e o embaixador da República Bolivariana da Venezuela no Brasil, em homenagem ao ex-secretário-geral do Itamaraty, Samuel Pinheiro Guimarães. É possível imaginar as declarações de esquerdistas decanos e empapuçados, entre elas a do próprio Pinheiro: “Sinto-me emocionado. No entanto, entre nós aqui há quem tenha lutado com mais vigor e com mais sofrimento para diminuir as nossas inaceitáveis desigualdades. Sofreram. E ainda sofrem. Não preciso citar nomes."

Mônica Bergamo identifica um José Dirceu monástico como objeto do comentário. “Ainda mais magro e com os cabelos mais compridos”, ela descreve. Se sentir vontade de chorar agora, chore.
"As classes tradicionais -ou, se preferirem, retrógradas, reacionárias- nunca vão aceitar que um nordestino [Lula] tenha se transformado em um líder respeitado e reconhecido internacionalmente. É disso que se trata. É isso o que estamos vendo”, prossegue Pinheiro, sempre segundo Bergamo. E mais:
"Nunca vão aceitar que esse operário tomou o poder. Ou melhor, tomou uma parte do poder do Estado. Não todo. Não tenhamos ilusão. Vivemos numa plutocracia, que precisa virar uma verdadeira democracia." Bem, finalmente alguém confessa. A ideia era ter o “poder total do Estado”. Talvez não tenham chegado a tanto. Terá sido porque a “casa caiu” com a revelação inesperada do Mensalão?

Jamais saberemos. Quanto à tal “plutocracia”, Bergamo termina seu texto dizendo que os “convidados começam a jantar”. Faltou dizer se comiam sardinha em lata ou salsicha, acompanhada de algum refrigerante de cola genérico. Governo dos ricos? Deixa para lá.