Em Caçapava, secretários do governo petista sabem pouco sobre denúncias

No início deste ano, o MP já aceitou denúncia e abriu processo contra o prefeito de Caçapava, que é do PT, por compras sem licitação, mas parece que o prefeito não aprendeu a lição. Agora, a suspeita é de superfaturamento em obras de uma escola municipal deste município.

Diretora da escola do Rincão dos Seixas confirma denuncias
Na última semana, os vereadores que compõem a Comissão de Educação da Câmara ouviram os convidados a prestar esclarecimentos sobre o suposto superfaturamento na reforma do prédio em que está funcionando a escola Municipal Pedro Correa Marques, no Rincão dos Seixas. Foram ouvidos a Diretora da escola professora Salete Santos Henriques, a Secretária de Educação professora Fátima de Melo Reck e os Secretários da Fazenda e de Obras, Dagoberto Pereira e Eduardo Crisóstomo, que vieram até a Câmara acompanhar a Secretária. A diretora da escola relatou que, dos 21 sacos de cimentos que constam no empenho, na escola chegou somente 15 e foram usados 10, sendo que os cinco sacos restantes foram levados de volta. Foram usadas 11 telhas de amianto na escola, mas no empenho foram pagas 15, não foi feita nenhuma fossa séptica no local e o esgoto segue correndo a céu aberto, além de outros materiais que constam no empenho mas não foram utilizados na escola. Questionada a respeito de uma porta de vidro que consta no documento, a diretora disse que este material nunca chegou à escola. “Fiquei muito surpresa ao saber que constava nos empenhos o pagamento desta porta, pois nunca vimos”. A diretora alega também ter conhecimento apenas do primeiro empenho no valor de R$ 2.250,29, em que foram usados alguns dos materiais para os melhoramentos feitos, o outro empenho, com materiais no valor de R$ 6.047,69, pago em 26/08/09, pela Secretaria da Fazenda, à uma empresa terceirzada, a diretora afirma que não recebeu nenhum material na escola. Neste empenho consta também 194m² de pintura acrílica externa e interna, quanto a isto, Salete relata que todas as vezes que a escola foi pintada, foi com doação e trabalho da comunidade e completou: “sempre pintura a cal”.Questionada sobre as contradições de informação, a Secretária Fátima Reck disse que não poderia responder sobre a obra, pois compete a secretaria da fazenda e de Obras. Afirma também, que não recebeu a obra e que não foi a escola fazer a vistoria, relatando ainda, que quando foi assinado o empenho ela estava em licença saúde.Já o Secretário da Fazenda, confirmou os pagamentos dos empenhos feitos às empresas, alegando que foi uma solicitação da Secretaria do Planejamento e que teve a informação da obra estar em andamento. Mas o Secretário de Obras, que também participava da reunião, não se manifestou sobre o assunto.Na opinião da Vereadora Rosilda Freitas, não é possível que nenhum secretário saiba o que aconteceu com o material destinado à escola e que não apareceu. “ Ninguém sabe de nada e ninguém fala nada, uns jogam para os outros”, disse a vereadora.A Comissão de Educação está preparando um relatório sobre o caso e entregará ao Ministério Público e ao Tribunal de Contas do Estado.