Artigo, Alon Feuerwerker, FSB - Olhar a longo prazo

As diretrizes sobre o isolamento social baseiam-se em que é preciso retardar o contágio para evitar que um grande número simultâneo de doentes faça colapsar os sistemas hospitalares. Mas isso tem obviamente efeito colateral.

Se o contato com o vírus é freado, freiamse também as percentagens de imunização na coletividade. Elas também crescem mais devagar.

Quando finalmente há a volta, e uma hora ela se impõe, ainda não existe uma quantidade suficiente de portadores de anticorpos capaz de evitar a retomada de um contágio acelerado.

E a coletividade passa a depender de medidas outras, mais relacionadas ao afastamento social que ao isolamento. Porque continua sendo necessário retardar o contágio. Pelos mesmos motivos.
É o que se está fazendo, ou deveria, em todo canto: organizar a nova vida sabendo que o vírus continuará por aí e um bom contingente continuará vulnerável ao ataque dele. 

Por isso, se o debate sobre o curto prazo está bem aquecido, talvez devêssemos dar uma esquentada também nas reflexões sobre o médio e o longo prazos

4 comentários:

Anônimo disse...

E a vacina; se e quando existir, não imunizara das CEPAS novas que estão sofrendo mutação desde já!
Esse isolamento foi a maior furada da OMS.
Ou um plano bem elaborado para redução populacional!

Emmanuel disse...

Matematicamente ...isso não faz o menor sentido: a lógica determinaria a realização de festas em todo canto para pestear todo mundo de uma vez. Covas ajudou bastante com o desastrado rodízio, sem falar que o confinamento mostrou-se excelente para isso, como afirmou o governador Cuomo do estado de Nova Iorque.

Joel Robinson disse...

Um dia, um comerciante chegou à cidade montado num belo elefante africano. As pessoas nunca tinham visto um animal daquele porte, nem mesmo os sábios cegos, e todos saíram à rua para vê-lo. Os cegos rodearam o elefante para tocá-lo e o primeiro sábio apalpou a barriga do animal e disse:

– É muito parecido com uma parede!

O segundo sábio, tocando nas suas presas, o corrigiu:

– É muito parecido com uma lança!

O terceiro sábio, que segurava a tromba do elefante, retrucou:

– É muito parecido com uma cobra!

A mão do quarto sábio acariciava o joelho do elefante, e o sábio contestou:

– É muito parecido com uma árvore!

O quinto sábio gritou, quando mexia nas orelhas do elefante:

– É muito parecido com um abano!

O sexto sábio irritado rebateu:

– Todos vocês estão errados! O elefante é muito parecido com uma corda! – disse, tocando a pequena cauda do elefante.

E, alvoroçados, os seis sábios ficaram discutindo. Até que o sétimo sábio cego, descendo das montanhas, apareceu conduzido por uma criança. Ao ouvir a contenda, pediu ao menino que desenhasse no chão a figura do elefante. Quando tateou os contornos do desenho, percebeu que todos os sábios estavam certos e iludidos ao mesmo tempo. Agradeceu ao menino e afirmou:

– É assim que os homens se comportam perante a verdade. Pegam apenas uma parte, pensam que é o todo, e continuam tolos!

(história adaptada de Heloisa Prieto e John Godfrey Saxe)

Anônimo disse...

Inteligente e racional, um ótimo artigo. Espero que muitíssimas pessoas leiam e principalmente que todas entendam o conteúdo.

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