Em crise com base aliada, Dilma flerta com oposição

A presidente Dilma busca novas parcerias fora da sua base de aliados que anda muito insatisfeita com a onda de denúncias e demissões no governo. No dia de ontem, Dilma recebeu no Palácio do Planalto, para o café da manhã, líderes do PSD, o novo partido de Gilberto Kassab. A reunião, contudo, foi meio constrangedora, uma vez que nem constava da agenda oficial. Mesmo assim, Kassab reiterou a posição de independência de todos seus integrantes. Ele explicou que "o partido não fará oposição sistemática" e nem haverá "alinhamento automático".

. No mesmo dia, Dilma foi a um evento "Brasil Sem Miséria", no Palácio dos Bandeirantes, em São Paulo, e sentou lado a lado com FHC, Geraldo Alckmin e Antônio Anastásia (PSDB). Entre os vários discursos do evento, o que mais se destacou foi trecho extraido da fala de Geraldo Alckmin, que mostra o nível em que se encontra a oposição no Brasil:
"Identifico aqui, neste ato, um momento de avanço do Brasil, um momento em que a política, tantas vezes aviltada, cumpre a sua função primordial, a de zelar pelo bem-estar das pessoas, de abrir portas, criar oportunidades para que cada um se supere e encontre o seu caminho. Identifico aqui um marco. Ultrapassamos um período de disputas para unir esforços em prol dos que mais precisam no Brasil. Senhora presidenta, isso se deve em grande parte ao seu "patriotismo", à sua "generosidade", a seu "espírito conciliador". Sob seu "protagonismo", Governos Estaduais, Municipais e Federal se aproximam ainda mais, reunindo o mesmo esforço, programas sociais complementares".

. Na próxima semana, ela deve receber o PV, que, depois da saída do grupo de Marina Silva, agora quer voltar para a base governista. O casamento, segundo os verdes, depende de gestos do Planalto. Presidente da legenda, José Luiz Penna defende uma agenda socioambiental capaz de atraí-los à órbita de Dilma.