PAC: forte indício de corrupção no Ministério das Cidades

Clipping / Revista Veja

As investigações da Operação João de Barro, deflagrada há uma semana pela Polícia Federal para investigar suposto desvio de verbas do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), encontraram fortes indícios de envolvimento do Ministério das Cidades no esquema. Uma das evidências, segundo a PF, é de um contrato de pelo menos 5,5 milhões de reais para a construção de 255 casas populares em Palmas (TO) e que foi concedido ao universitário André Scarassati, de 26 anos, filho de José Alcino Scarassati. Alcino foi assessor especial e braço-direito do ministro das Cidades, Márcio Fortes, até a semana passada. As informações foram publicadas nesta sexta-feira pelo jornal O Estado de S. Paulo.

. A empresa de André, a Construssatti Serviços e Construções Ltda., se resume a dez funcionários no setor administrativo. Ainda assim, costuma ser beneficiada em licitações para obras nos prédios públicos da capital federal. Alcino, que é ex-servidor do Senado, costumava ajudar o filho a obter esses contratos, e foi afastado justamente porque foram encontrados indícios de que ele exerceu tráfico de influência em favor da Construssatti. De acordo com as investigações, a companhia não teria equipe nem qualificação técnica para tocar as obras.

. Além de comprometer o ex-assessor do Ministério das Cidades, a Operação João de Barro prendeu dois servidores da pasta, acusados de receber propina em troca de informações privilegiadas para lobistas. Também foram realizadas buscas e apreensões em duas secretarias e setores importantes do órgão. Segundo a PF, no entanto, não há envolvimento de ministro de estado, o que livraria Fortes das investigações. Acredita-se que o esquema de corrupção desviou em torno de 700 milhões de reais, graças à conivência de centenas de funcionários de prefeituras e autoridades de Brasília. O inquérito corre em segredo de Justiça, na Superintendência da PF em Minas Gerais. Fortes nega envolvimento de sua pasta com o esquema.