Opinião do editor - Por que razão você deve acreditar que a inflação anual do IPCA foi mesmo de apenas 2,95% ?

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O cálculo da inflação feito pelo IBGE, é resultado de equação matematicamente conferível por quem quiser fazer isto, inclusive é acompanhado de perto por instituições respeitáveis como o Bradesco, por exemplo, cujos economistas produziram, hoje, a avaliação abaixo. Como se sabe, bancos como o Bradesco têm muito dinheiro a ganhar ou a perder com informações sobre inflação. Além de tudo, os cálculos do IBGE estão sujeitos a escrutínios de gente da própria oposição, como é o caso do Dieese, sem contar a academia e as entidades sindicais de patrões e empregados - as que possuem departamentos de economia.

O IPCA registrou alta de 0,44% em dezembro, de acordo com os dados divulgados ontem pelo IBGE. O resultado veio acima da nossa projeção (0,25%), bem como da mediana das expectativas do mercado (0,30%). Em relação ao nosso número, a surpresa ocorreu de forma disseminada, com destaque para alimentação no domicílio, vestuário e alguns itens administrados, como gasolina e energia. Apesar dessa surpresa altista, a inflação terminou 2017 em 2,95%, abaixo do piso inferior do intervalo da meta de inflação (3,0%). Esse resultado representou uma descompressão de 3,3 p.p. em relação ao observado em 2016, quando a variação dos preços foi de 6,3%. Essa desinflação teve uma contribuição importante dos preços de alimentos, que, refletindo um choque de oferta favorável, terminaram o ano com uma queda de 4,9%. Para 2018, continuamos projetando alta de 3,9%, abaixo do centro da meta, de 4,5%.