Editorial, Zero Hora - O ajuste na previdência

O Rio Grande do Sul é hoje o Estado que mais 
compromete sua receita corrente líquida com aposentadorias.

Maior fonte de pressão do déficit do setor público gaúcho e também de rejeições a mudanças por parte de corporações de servidores, a previdência pública estadual volta a ocupar o centro das atenções. Chegou o momento de os parlamentares decidirem sobre o projeto mais impactante da atual fase do ajuste fiscal do governo José Ivo Sartori, que não contribui imediatamente para resolver as aflições do caixa governamental, mas acena com uma perspectiva futura para a previdência. Se aprovadas, as mudanças valerão apenas para os futuros servidores, colaborando para reduzir um déficit que, neste ano, deve ficar acima de R$ 7 bilhões. Por isso, é preciso que, desta vez, as negociações avancem, permitindo as mudanças.
O Rio Grande do Sul é hoje o Estado que mais compromete sua receita corrente líquida com aposentadorias. Provavelmente, é também o que mais resiste a alternativas como a adoção de uma previdência complementar válida para todos os poderes — Executivo, Legislativo, Judiciário, Ministério Público, Tribunal de Contas e Defensoria Pública. Além da União, muitas outras unidades da federação, sob o comando de diferentes forças partidárias, já enfrentaram esse fator de pressão sobre o déficit público. Entre elas, estão São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Bahia e Paraná. Depois de muitas tentativas frustradas de garantir o futuro das aposentadorias dos servidores, o Rio Grande do Sul não pode desperdiçar mais essa oportunidade.
É evidente que nenhuma mudança nessa área pode interferir nas regras de quem já está no serviço público. Também é preciso haver o máximo de transparência em relação aos futuros servidores, cujo parâmetro de benefício será o teto máximo do regime geral, com a alternativa de complementação opcional. O que não pode persistir é uma situação na qual o parâmetro é o último salário, o mais elevado da carreira. Essa regra é justamente a maior responsável por um déficit hoje no limiar do descontrole, com impacto superior até mesmo ao do já insuportável custo da dívida com a União.
A generosidade com que o Estado concede aposentadorias integrais e precoces ao funcionalismo está na origem da crise financeira e, em grande parte, é responsável até mesmo pelo parcelamento de salários. Corrigir esta deformação exige coragem e visão de futuro, pois haverá resistências corporativas e galerias lotadas. Nesta semana, a Assembleia precisará descascar esse abacaxi.

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8 comentários:

Anônimo disse...

COM PROJETO DE SARTORI DE ACABAR COM APOSENTADORIA PARA EX-GOVERNADOR, MAS SÓ DEPOIS DO MANDATO DELE, OU SEJA, ELE AINDA VAI GANHAR. DAÍ É FÁCIL CORTAR NA CARNE, DOS OUTROS.

Anônimo disse...

As novas regras não podem afetar quem já está no serviço publico? Que barbaridade tchê! Sempre mexem com os aposentados do INSS. Eu até pensava que essa história de "direitos adquiridos" não valia para aposentadorias. Me enganei, só vale para o serviço público. Trabaiadô num tem esse dereito.

Zarathustra disse...

O Sartori não reúne mais condições para governar o Estado; perdeu a rédea.

Anônimo disse...

Tudo o que dizem sobre a Previdência é um embuste.
A Previdência está baseada em cálculos atuariais. É uma ciência exata, porém não a salvo de pilantras, ladrões, etc.
A pessoa vai pagando durante 35 anos, por exemplo. À instituição previdenciária compete aplicar essas contribuições para quando o mesmo aposentar-se, poder resgatar mensalmente os valores.
Ocorre que os desgovernos vão sacando as contribuições, aplicando em maracutaias e dilapidando o que era para ser a poupança da pessoa.
Então, quando ele se aposenta, o fundo previdenciário está quebrado.
Logo a solução dos pilantras é reduzir o benefício.
Se um civil pratica isso, vai preso. Mas, como são os governantes acaba tudo em pizza.

Anônimo disse...

Tem cabimento isso que esta acontecendo! Num país com uma carga tributária que chega a 40%, o estado não tem dinheiro nem para pagar a folha!
Estes funcionários públicos criaram um verdadeiro feudo, onde uma sociedade inteira trabalha e produz riqueza para ser usufruída por uma minoria, e, em troca, recebe um serviço de péssima qualidade.
Fico impressionado como a sociedade pode ser tão passiva em relação a este assunto. Quem paga toda esta farra somos nós! Cidadãos mortais, que não tem nenhum privilégio, e, se quiser se aposentar sem pagar pedágio, vai ter que trabalhar até os 65 anos de idade.
A constituição diz que todos somos iguais perante a lei. Então, que democracia é essa? Democracia das minorias?
Vamos fazer valer esta lei de igualdade e torná-los cidadãos mortais como a grande maioria, que banca tudo e recebe este ensino público, esta segurança, esta saúde pública, estas estradas, etc.

Anônimo disse...

De acordo com o Anônimo das 16:55

Anônimo disse...

Se a RBS pagasse os impostos que deve certamente o deficite do governo seria MENOR . Alem do mais a RBS e' a criadora do petralha nojento do Tarso .Tarso e' filho da RBS , so mao ve quem nao quer .

Anônimo disse...

A as aposentadorias duplicadas e triplicadas. Engraçado, ninguem fala!
Ganha a prøpria(1), a do marido(2) e algumas a do pai falecido(3). Convenhamos, a sociedade sabe disso! Até quando esses custos e as deformaçøes dos familiares que vivem as custas das velinhas vao perdurar...

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