Homem mais visível da Braskem e Odebrecht no RS, Alexandrino é requisitado por jornalistas, publicitários, políticos e empresários do Estado. Na foto, na RBS.
Em novo depoimento à Justiça Federal, o doleiro Alberto Youssef, um dos alvos centrais da Lava-Jato, admitiu que a maior empreiteira do país, a Odebrecht, chegou a entregar dinheiro vivo em seu escritório, na capital paulista.
Em novo depoimento à Justiça Federal, o doleiro Alberto Youssef, um dos alvos centrais da Lava-Jato, admitiu que a maior empreiteira do país, a Odebrecht, chegou a entregar dinheiro vivo em seu escritório, na capital paulista.
A reportagem é do jornal O Estado de S. Paulo desta terça-feira.
Leia tudo:
— Odebrecht e Braskem, era comum fazer esses pagamentos
(de propina) lá fora, ou ela me entregava em dinheiro vivo no escritório da São
Gabriel — afirmou o doleiro em audiência na Justiça Federal no Paraná nesta
terça-feira.
Segundo ele, as propinas pagas pela Odebrecht eram
referentes aos contratos que a empreiteira tinha em obras da refinaria de Abreu
e Lima.
— Ela (Odebrecht) teve grandes contratos na Petrobras,
primeiro a Rnest (Abreu e Lima) onde teve o consórcio Conest, onde parte desses
valores ela me pagou em reais vivos aqui no Brasil, e parte me pagou em contas
no exterior — detalhou, afirmando que, por se tratar de um consórcio, a
empreiteira pediu que parte da propina fosse paga pela OAS por meio da emissão
de notas frias das empresas de fachada MO Consultoria, Empreiteira Rigidez e
RCI Software, utilizadas pelo doleiro.
Youssef afirmou ainda que seus contatos na empreiteira
eram o "Marcio Faria, presidente da Odebrecht Óleo e Gás e o seu Cesar
Rocha, diretor financeiro da holding. E pela Braskem o Alexandrino",
disse.
Del Sur
Questionado sobre como eram operacionalizados estes
pagamentos, Youssef, que decidiu prestar este novo depoimento à Justiça para
esclarecer os fatos em uma das ações penais na qual é acusado de evadir US$ 500
milhões, citou uma nova empresa, a "construtora Del Sur".
— Uma vez recebi uma ordem, não me lembro se foi em uma
das contas indicadas por Carlos Rocha (doleiro Carlos Alberto Souza Rocha,
também alvo da Lava Jato) ou Leonardo (Meirelles, outro réu da operação), da
Odebrecht que a remessa foi feita pela construtora Del Sur
— relatou.
Segundo o Youssef, ele teria recebido pagamentos por meio
dessa empresa "umas duas ou três vezes.
Não é a primeira vez que a Odebrecht aparece nas investigações
da Lava-Jato, o ex-diretor da Petrobras e também delator, Paulo Roberto Costa,
relatou à força-tarefa da operação que recebeu ao menos US$ 31,5 milhões até
2012 da empreiteira em contas na Suíça a título de "política de bom
relacionamento" da empresa com ele. Segundo o ex-diretor, o próprio
diretor da Odebrecht Plantas Industriais Rogério Araújo, teria lhe indicado o
operador Bernardo Freiburghaus na Suíça para abrir as contas onde eram
recebidos os recursos.
As empreiteiras citadas pelo doleiro negam veementemente
o pagamento de propinas e o envolvimento de seus executivos no escândalo.
A Odebrecht tem repudiado com veemência as suspeitas
lançadas sobre sua conduta. A empreiteira nega ter pago propinas no esquema
Petrobras.
Em nota divulgada anteriormente, quando seu nome foi
citado, a Odebrecht destacou: "A empresa não participa e nunca participou
de nenhum tipo de cartel e reafirma que todos os contratos que mantém, há
décadas, com a estatal, foram obtidos por meio de processos de seleção e concorrência
que seguiram a legislação vigente".
2 comentários:
Não está na hora da receita federal focar nos DONOS de empresas suspeitas de irregularidades ?
Ou isto só vale para o cidadão comum, que basta digitar um valor errado na declaração, que tem sua vida transformada num inferno?
O que falta para caçar o registro deste partido?
A despreocupação era tamanha que recebiam propina na porta do partido. Nem mais se davam ao trabalho de receber em hotéis e restaurantes como em outros relatos.
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