Análise - O déficit fiscal de R$ 7,3 bi de fevereiro é muito pior do que parece

Nesta análise sobre o déficit de R$ 7,35 bilhões do governbo federal em fevereiro, conforme informação desta manhã, a consultoria Empiricus desenha cenário desolador sobre as contas públicas. Vale a pena ler cada tópico com atenção, sobretudo o ítem que trata das contas dos Estados e municípios, que parecem bem melhores do que as da União.

Ajuste fiscal?
O Governo Central registrou déficit de R$ 7,35 bilhões em fevereiro, e o pior resultado em 18 anos.
Mas, calma, o secretário do Tesouro veio a público afirmar que está tudo dentro do esperado...
Não, não está.
R$ 7,3 bilhões de déficit é muito, mas muito pior do que as projeções de consenso no mercado: de déficit de R$ 200 milhões.
E não é apenas o quantitativo em si que preocupa...
Fazendo uma análise qualitativa do déficit, encontramos o seguinte:
1. Enquanto a receita aumentou 0,1%, as despesas do governo central cresceram 5,5%
2. O investimento caiu nada menos do que 18,8%
3. Os gastos com seguro-desemprego aumentaram 61,6% (!!), mostrando que, sim, a crise chegou e chegou pesado no mercado de trabalho.

A culpa é do Levy?
É evidente que não.
Ele acaba de chegar e, sim, faz um excelente trabalho.
Agora, há limitações.
Se há algum culpado é aquele que, platonicamente, acreditou na capacidade de um economista, sozinho, driblar as nuances políticas, superar as mazelas da nova matriz econômica e driblar a rigidez imposta pela constituição cidadã.
O ajuste fiscal não é uma maximização em primeira ordem de uma função utilidade sob a especificação Cobb-Douglas.
Traduzindo: negociar com o Congresso não se trata de exercício básico de Microeconomia I.
A competência técnica do ministro é inegável. Mas o problema vai muito, mas muito além disso

Os salvadores da pátria
O resultado do governo Central foi divulgado às 8h30 da manhã.
Depois da péssima divulgação, toda a esperança foi depositada no resultado dos estados e municípios, que sairia às 10h30.
Mas pense bem...
Qual o comprometimento de estados e municípios (de diversos partidos) com as metas fiscais de governo (no caso, de partido)?
Pasme, estados e municípios registraram superávit de R$ 5,4 bilhões em fevereiro.
É claro que esse indicador está sujeito a uma série de ponderações (podem, por exemplo, não ter gastado por atraso de repasses do governo central), e não livra o resultado consolidado de uma série de recordes negativos...
A dívida bruta do governo geral atingiu o recorde de R$ 3,38 trilhões, equivalente a 65,5% do PIB.
O déficit nominal (incluindo gastos com juros) em 12 meses atingiu o recorde de 7,34% do PIB




Um comentário:

Anônimo disse...

É A OBRA PRIMA pintada e vendida pelos PTISTAS;

NÃO é a OBRA almejada pela população enganada pela MIDIA e o marqueteiro difamador.


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