Alexandrino Alencar, Braskem, era o elo entre Odebrechet e o esquema de propinas do Petrolão

Alexandrino Alencar, de pé, na Guiné Equatorial com Lula, 2011. A Odebrecht tem negócios com a ditadura local. O diretor da Odegrecht, que controla a Braskem, dona do Pólo de Triunfo, tem sido o homem mais visível do grupo no RS. Ele faz a interface com publcitários, governantes, jornalistas e empresários.

Esta reportagem de Veja desta semana, intitulada "A Rota da Propina", assinada por Robson Bonin, revela que criada pelo doleiro Alberto Youssef para agradar aos "clientes especiais" da quadrilha que desviou bilhões da Petrobras na última década, a entrega de propina em domicílio, o já imortalizado "money delivery" do petrolão, foi, durante muito tempo, um instrumento de proteção aos corruptos. 

A seguir, dois trechos selecionados pelo editor. Ao final, toda a reportagem, em link.

Alguns dos políticos e empresários mais influentes do país recebiam o dinheiro sujo incólumes em quartos de hotéis, apartamentos e escritórios de norte a sul do país e, em certos casos, até no exterior, sem deixar rastros. Braço-direito do doleiro, Rafael Ângulo Lopez era quem comandava esse serviço. Os corruptos adoravam a sua discrição. Costumavam recepcioná-lo com festa. Até que veio a Operação Lava-Jato e mudou tudo isso. Ângulo fechou com a Justiça um acordo de delação premiada para entregar às autoridades a lista completa dos políticos que receberam as suas entregas. Agora, depois de três meses de colaboração, os depoimentos acabaram de chegar à mesa do ministro Teori Zavascki, do Supremo Tribunal Federal (STF), para ser homologados. O "homem das boas notícias", como era conhecido, tornou-se um pesadelo para os corruptos.

Em dezembro passado, VEJA revelou parte do conteúdo que o entregador acabara de contar à Justiça em troca da redução de pena. Versão perfeita do "homem da mala", Ângulo passou a última década cruzando o país com fortunas em cédulas escondidas sob as roupas. O ex-presidente e senador Fernando Collor, o tesoureiro nacional do PT, João Vaccari Neto, governadores (Roseana Sarney), ministros do governo Dilma Rousseff (Mário Negromonte) e deputados federais (Nelson Meurer, Luiz Argôlo e André Vargas) estavam na sua lista. Ângulo também cumpria missões para as empreiteiras do clube que saqueava os cofres da Petrobras. Os procuradores que interrogaram o entregador nas últimas semanas em São Paulo colheram farto material probatório para levar ao cadafalso alguns desses figurões da República. O entregador confirmou o nome dos corruptos que usavam os seus serviços. Relacionou datas, endereços e valores das entregas. Mas foi além. Valendo-se de sua memória fotográfica, reconstituiu cenas e apontou detalhes da intimidade dos poderosos que são considerados preciosos pelos procuradores para provar a etapa final do esquema de corrupção: quando o dinheiro vivo chegou ao bolso de parlamentares, ministros, empresários...

Para descrever as revelações mais importantes do entregador e não deixar nenhuma dúvida sobre o destino das malas de dinheiro, os procuradores reconstituíram detalhadamente alguns dos trajetos.

(...) 

Rafael Ângulo falou das ligações do doleiro com a Odebrecht, investigada por suspeita de usar contas no exterior para pagar propina aos corruptos do petrolão. A mando de Youssef, Ângulo contou que manteve, entre 2008 e 2012, dezenas de encontros com Alexandrino Alencar, um dos diretores da empreiteira. Registrados por Ângulo em uma planilha de computador, os contatos aconteceram na sede do grupo Odebrecht em São Paulo. Ângulo subia ao 322 piso do edifício e encontrava o diretor na sala de número 25. As conversas eram rápidas. O entregador fornecia a Alexandrino os números de contas bancárias no exterior que deveriam ser usadas para depósitos e também era chamado por ele para buscar comprovantes de depósitos já realizados em contas internacionais. Para que não restasse dúvida de que se tratava mesmo do diretor, os investigadores apresentaram a Ângulo uma fotografia de Alexandrino. Além de fazer o reconhecimento visual, o entregador apontou no seu arquivo um número de celular. Era o contato pessoal de Alexandrino, cujo perfil num aplicativo de conversas mostrava uma foto do diretor na intimidade, usando bermuda xadrez e camiseta branca. Era a partir desse número que os encontros eram marcados.

CLIQUE AQUI para ler toda a reportagem de Veja.

Um comentário:

Anônimo disse...

Esse Senhor..escorregadio como um muçum, já é bem conhecido no RS...basta pesquisar, Polibio!

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