Saiba como o dinheiro do Banco Mundial interferiu na melhoria dos investimentos públicos do RS.

Apenas com os US$ 450 milhões da segunda tranche do empréstimo de US$ 1,1 bilhão que o governo estadual receberá no mês que vem do Banco Mundial, o governo Yeda Crusius ganhará os R$ 70 milhões que gastará durante todo o ano para pagar os salários dos novos 3 mil brigadianos.

. Até dezembro, sobre os US$ 650 milhões da primeira parcela, Yeda reteve no Tesouro a enorme quantia de R$ 270 milhões, dinheiro que sobrou para investir onde bem quis.

. O que aconteceu ?

. Acontece que o governo estadual trocou um contrato de empréstimo que cobra juros de 6% ao ano e mais correção monetária, o que tem com o Governo Federal, por outro, com o Banco Mundial, que cobra juros do tipo libor, que historicamente custa, entre 3,5% a 4% ao ano, mesmo considerando câmbios variáveis ao extremo.

. O Secretário da Fazenda, Ricardo Englert, disse ontem ao editor que a queda na cotação do dólar beneficiou inesperadamente o governo Yeda, porque o serviço da dívida dos US$ 650 milhões iniciais acabou custando 0,4%, portanto dez vezes menos do que o projetado.

. O dinheiro do Banco Mundial foi e será usado para abater o empréstimo da União no âmbito do Proer (US$ 1,5 bi) que serviu para sanear o Banrisul. O Tesouro Nacional recebeu e receberá o dinheiro, deu e dará quitação, recalculando as prestações restantes do empréstimo de 30 anos, assinado pelo ex-governador Antonio Britto.

- Ao longo de 30 anos, o governo gaúcho projeta poupar US$ 450 milhões de juros, apenas com esta jogada financeira. É dinheiro que ficava com o governo federal . Com ele, o governo gaúcho poderá construir e entregar de graça o equivalente a 36 mil casas populares de US$ 12 mil cada uma.