Saiba por que Stela e o PT não contam tudo o que sabem na CPI

A presidente CPI do PT (foto) vem demonstrando invulgar preocupação em pinçar cirurgicamente os grampos que envolvem políticos do PMDB e do PSDB.

. Neste momento, a deputada Stela Farias meteu o PT num brete, porque o PT não pode abrir o leque dos grampos que encontrou pela frente no inquérito da Operação Solidária, por duas razões:

1) Caso continue vazando conteúdos, o número de ações e os valores das indenizações requeridas avançarão geometricamente (o dr. Fábio Medina Osório disse ao editor que o que já tem em mãos configura uma pequena fortuna para as vítimas expostas na CPI).

2) O PT não tem como expor o senador Sérgio Zambiasi, o governo Lula, o próprio PT, a RBS e o leque de fortíssimos empresários do RS e do Brasil, porque ficará totalmente isolado na praça.

. O editor desafia a deputada Stela Farias e o PT a abrirem o que têm em mãos. É uma aposta que o editor propõe. Esta é uma impossibilidade política e eleitoral (ano que vem tem eleições para o Piratini e Tarso precisa e não pode perder aliados).

. O editor sabe do que está falando e tem provas.

. Aliás, o jornal Zero Hora descobre até número de ofício sigiloso da Operação Solidária, mas não sabe o que mais contém a Operação Solidária.

. O próprio ministro Tarso Genro, chefe da Polícia Federal, deve se "surpreender" ao saber que os grampos aplicados sobre o senador Sérgio Zambiasi e o PTB, no âmbito do inquérito da Operação Solidária, vão apenas até a página 801 e depois somem (o inquérito tem 3.540 páginas), embora os de Padilha e José Otávio prossigam até a última linha do último parágrafo.

. Ao pinçar de modo cirúrgico apenas adversários políticos do PMDB e do PSDB, o PT (a RBS faz a mesma coisa) desqualifica seu trabalho na CPI, que perdeu todas as condições éticas, morais e legais de atuação.