Crônica de sexta, Vitor Besrtini - Uma estrada para a lua

Foi só depois do acidente que Gilberto começou, todas as noites, mãos estendidas, a procurar a Lua no céu.

Amigo de seus amigos, caseiro, arrumou namorada bem longe de casa. No dia de seu noivado, roupa nova na mala, olhar no horizonte, uma curva e o acidente. Sete meses entre a vida e a morte. 

A família da noiva foi ao hospital, viu, chorou, e nunca mais voltou. A família do noivo foi e ficou, rezando. Gilberto viveu.

Voltou para casa e engordou. Calçava chinelos, vestia bermudas, caminhava na calçada, cumprimentava os passantes e conhecia os passarinhos. Assim, passava os dias.

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