As análises a seguir são baseadas nos dados do Balanço de
Pagamentos segundo a metodologia clássica (BPM5), por entendermos ser essa
abordagem mais relevante para o conceito de fluxo cambial, como já havíamos
reforçado em publicações anteriores. O saldo em transações correntes ficou
positivo em US$ 1,3 bilhão em abril, de acordo com os dados divulgados ontem
pelo Banco Central. O resultado foi bastante superior ao déficit de US$ 6,0
bilhões observados no mesmo mês de 2015, reforçando mais uma vez, o ajuste do
setor externo em curso desde o ano passado. Assim, nos últimos doze meses, a
conta corrente acumulou saldo negativo de US$ 20,3 bilhões, o correspondente a
1,2% do PIB. A balança comercial seguiu contribuindo positivamente para o
resultado do período, com forte superávit de US$ 4,9 bilhões. Em contrapartida,
as contas de serviços e de rendas mantiveram sua trajetória negativa, ao
registrarem déficits de US$ 2,5 bilhões e US$ 1,3 bilhão, respectivamente. O
Investimento Estrangeiro Direto (IED) registrou entrada líquida de US$ 5,8
bilhões, segundo a metodologia clássica, sucedendo um saldo positivo de US$ 3,4
bilhões em março. Com isso, acumulou, em doze meses, entrada de US$ 64,4
bilhões, que correspondem a 3,7 % do PIB. Já os investimentos em carteira continuaram
no terreno positivo, ao registrar superávit de US$ 662 milhões no mês passado,
puxados, majoritariamente, por investimentos em ações, que mostraram saldo
positivo US$ 1,2 bilhão. Já os investimentos em renda fixa apresentaram saídas
líquidas de US$ 125 milhões.
Dada a continuidade do intenso ajuste em curso nas
contas externas, a equipe de economistas do Bradesco disse esta manhã na sua newsletter diária que a perspectiva do banco de redução do déficit em conta
corrente neste ano fica mantida, isto em função da magnitude dos últimos resultados. O saldo poderá ficar mais próximo de zero.
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