Os empresários do varejo brasileiro
estão sentindo os efeitos da menor confiança do consumidor, da valorização do
dólar e do aumento dos juros, o que tem se revertido em menos visitas às lojas
e menor gasto médio por cliente, disseram nesta segunda-feira executivos do
setor.
A presidente do Instituto de Desenvolvimento do Varejo
(IDV) e da varejista de móveis e eletrodomésticos Magazine Luiza, Luiza
Trajano, criticou as elevadas taxas de juros adotadas no país, as quais têm
dificultado investimentos dos varejistas, segundo ela. "É difícil buscar
financiamento com essa taxa de juros tão grande", disse Luiza durante o
18o Fórum de Varejo da América Latina.
"Temos nos reunido com governo, está difícil
qualquer tipo de investimento com essa economia travada", disse a
executiva. De acordo com a presidente do Magazine Luiza, há no Brasil potencial
para o consumo no longo prazo, uma vez que as desigualdades do país permanecem.
"O consumo não acabou, o que está acabando é o nível
de confiança das pessoas,
disse Trajano, citando que apenas 54 por cento dos brasileiros têm geladeira e a necessidade de
construção de ao menos 20 milhões de casas próprias nos próximos 10 anos, o que
gerará maior demanda por eletrodomésticos.
Segundo o presidente do Wal-Mart Brasil, Guilherme
Loureiro, a redução da confiança e da renda dos consumidores já está se fazendo
sentir na forma de queda na frequência de clientes às lojas, assim como baixa
no gasto médio deles.
O executivo comentou que os consumidores têm preferido
fazer compras de suprimentos no início do mês, logo após o recebimento do
salário, para posteriormente realizarem compras apenas para reposição de
produtos básicos.
"A diminuição do número de visitas é grande e o
tíquete médio está caindo. O consumidor está buscando ofertas", disse
Loureiro. Por isso, a empresa está focando na expansão do formato de hipermercados
da marca Todo Dia, de preços mais baixos. A previsão é que ao menos duas lojas
dessa bandeira sejam inauguradas este ano no país.
O Wal-Mart também tem se voltado para a redução de
custos, uma vez que não pode aumentar os preços, mesmo diante da valorização do
dólar contra o real e da alta das tarifas de energia elétrica. De acordo com o
executivo, a diminuição das despesas da rede se dá principalmente nos processos
logísticos e na integração dos sistemas de lojas das diferentes bandeiras
adquiridas pelo grupo nos últimos anos.
"Baixar os custos é a única saída para a gente.
Temos que ter política de preços baixos, então temos que reduzir custos",
afirmou Loureiro.
Já para Flávio Rocha, presidente da varejista de moda
Riachuelo , o momento é difícil, mas o ajuste fiscal promovido pelo governo
federal era necessário.
Você
só consegue ser pessimista no Brasil no curto prazo. Quem olhar no longo prazo
vê que o Brasil encerrou um ciclo e vai sair um país melhor, mais
competitivo", disse ele durante o evento, completando que a empresa não
alterou seus planos de expansão para este ano.
2 comentários:
lojas pequenas sem muitos entraves burocráticos estão vendendo muito bem.
o problema é cidades como porto alegre a população somente pensa existir grandes lojas, grandes magazines. não é bem assim.
lojas de bairros bem menores, os preços são bons, e muitas ainda não querem nem ter convênios com sistemas de proteção ao crédito. Sabem que mesmo negativado o cliente costuma pagar, e sempre irá voltar.
O PROBLEMA DE GRANDE VAREJISTAS É SE EXPANDIRAM DEMAIS. NA ÂNSIA DOS LUCROS CRESCERAM SE MEDIR AS PROPORÇÕES. ALGUNS DE ENDIVIDARAM, COMPRARAM OUTRA REDES, E PARA MANTER ISSO TUDO PRECISAM VENDER MUITO.
E PROMOÇÕES NÃO TEM MAIS ATRAÍDO TANTO OS CONSUMIDORES, ATÉ PORQUE O DINHEIRO ESTA CURTO PARA TODOS.
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