Má qualidade de serviços derruba o crescimento do Brasil

O setor de serviços, que representa hoje quase 70% da economia brasileira, é o principal responsável pelo crescimento do país ter despencado a partir dos anos 80. Enquanto a produtividade do setor de serviços na Coreia do Sul subiu 123% entre 1950 e 2005, a do Brasil caiu 9% no mesmo período. Em 1950, a Coreia era menos desenvolvida que o Brasil e hoje é o exemplo mais marcante de país pobre que se tornou rico no pós-guerra. O péssimo desempenho da produtividade no setor de serviços brasileiro é um dos temas do livro Desenvolvimento Econômico: uma perspectiva brasileira, que chegou na semana passada às livrarias. O problema continua atual. Os serviços, que tiveram crescimento zero no terceiro trimestre, voltam a ameaçar o crescimento da economia brasileira, mesmo a um ritmo muito mais modesto do que o do período de 1950 a 1980.

. O Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro cresceu a uma média anual de 7,4% nos 31 anos de 1950 a 1980, e a uma média de 2,7% em igual número de anos entre 1981 e 2011. Hoje, a renda per capita brasileira é cinco vezes maior do que a de 1950. Se o Brasil tivesse mantido o ritmo de crescimento de 1950 a 1980, a renda per capita teria aumentado 14 vezes.

Serviços - Segundo o economista Fernando Veloso, um dos organizadores e coautor de dois capítulos do livro, "a razão principal pela qual o Brasil parou de crescer na década de 80 é que a produtividade do setor de serviços desabou". O setor de serviços é responsável hoje por 67% do PIB e abriga quase 70% dos trabalhadores brasileiros.Veloso, pesquisador do Instituto Brasileiro de Economia (Ibre) da Fundação Getúlio Vargas (FGV) no Rio, considera que o fiasco na produtividade do setor de serviços no Brasil deve-se a carências históricas de educação. De 1950 a 1980, a economia cresceu com a transferência de trabalhadores da agropecuária, menos produtiva, para os outros setores. A partir de 1980, o crescimento passou a depender mais do aumento da produtividade, isto é, da eficiência.

Quadro - Em 1965, um trabalhador do setor de serviços da Coreia do Sul produzia em média o equivalente 13.950 dólares por ano, e um trabalhador brasileiro do mesmo setor produzia 21.437 dólares. Em 1980, o produto médio do trabalhador coreano subiu 39%, para 19.040 dólares, e o do brasileiro elevou-se 51%, para 32.264 dólares.  

A partir daí, porém, o quadro mudou. A produtividade do trabalhador coreano em serviços continuou a crescer, e em 2005 (último dado da série) ele produzia o equivalente a 31.163 dólares por ano, 60,1% a mais do que em 1980, e 123% a mais do que em 1965. Já a produtividade do trabalhador brasileiro em serviços despencou quase 40%, e em 2005 o produto anual médio caiu para 19.481 dólares - 9% menor, até mesmo, que o de 1965.

* Clipping Estadão

2 comentários:

Anônimo disse...

Brasil, quero ver quem paga pra gente ser assim !!!

Serão as eternas e cada vez mais poderosas oligarquias ?

Provavelmente, já que se aliaram aos setores esquerdistas do bananão, para juntos, explorarem a classe média.

E é esta classe média que financia os bolsa-isso+aquilo, para manter a boiada cada vez mais passiva e dependente do Estado ...

Sem que a imprensa questione o modelo adotado, tem-se a perpetuação do atraso, cujo único objetivo é manter este país na eterna condição de sub-terceiro-mundo !

Anônimo disse...

ISTO É FALTA DE EDUCAÇÃO E VAGABUNDAGEM, O BRASILEIRO É UM OPORTUNISTA QUER SOMBRA E AGUA FRESCA.
JÁ COMPROVADO INCLUSIVE NO NOSSO HINO NACIONAL.....2ª PARTE...
"DEITADO ETERNAMENTE EM BERÇO ESPLÊNDIDO".
NEM VAMOS FALAR NA CLT, NOS "DEREITOS"

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