A crise econômica é global, o epicentro fica nos Estados Unidos e cabem aos governos nacionais implementar medidas de contenção na medida dos efeitos internos que consigam mensurar.
. Este é o jogo.. Que papéis exercem nisso tudo os governos estaduais e municipais no caso do Brasil ? . Quase nenhum, porque seu baixo poder de fogo limita-os a papéis de meros coadjuvantes.
. No caso brasileiro, a responsabilidade pela definição de estratégias e táticas econômicas, sociais e políticas cabe toda ao governo Lula. . Embora tenha começado bem na foto, o governo do PT já parece desorientado, porque não parece ter apreendido as dimensões da crise e continua reagindo aos seus efeitos, sem antecipar-se aos acontecimentos e com isto prevenindo o aprofundamento dos problemas.
A CRISE E O GOVERNO DO RS
No RS, o governo estadual percebeu desde o início da crise que segmentos inteiros da economia local teriam problemas graves em algum momento e por isto tentou identificar os gargalos mais assustadores, com o objetivo de desenhar os cenários e ir ao governo federal propor soluções. . No mês passado (ainda não era a força tarefa que Yeda resolveu criar agora), um grupo de cinco secretários estaduais foi a Santa Rosa para apreender a percepção da região para os problemas que surgiriam nos ramos de produtos lácteos (leite) e metal-mecânico, com ênfase para máquinas e implementos agrícolas. Por que Santa Rosa ? Porque na região que fica entre Santa Rosa e Horizontina, por exemplo, concentra-se quase toda a produção gaúcha de máquinas e implementos agrícolas. O secretário Osmar Terra, deputado federal pela região, que articulou as ações por ordem da governadora Yeda Crusius, disse ao editor que o setor metal-mecânico fatura R$ 3 bilhões por ano na região.
. O fato é que pouco mais de um mês da reunião de Santa Rosa, que contou com a participação de representantes do governo federal, quase 3 mil trabalhadores do ramo metal-mecânico já foram demitidos. LEIA entrevista de Osmar Terra sobre a reunião de representantes do governo gaúcho com cinco ministros, quarta-feira, em Brasília.
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