Opinião do editor - Sartori trabalhou com paciência e encerrará o ano com ganhos para o povo gaúcho.

Embora não tenha conseguido aprovar medidas mais amargas como a Lei de Responsabilidade Fiscal e a extinção da CESA e de três Fundações, tudo já proposto, o governo conseguiu desovar da Assembléia um leque nada desprezível de medidas de duros ajustes fiscais  e de reforma do Estado, algumas até antipopulares, mas necessárias e vitais pra recolocar o Estado a serviço da população e não apenas do corporativismo e da nomenklatura. Isso mostra que mesmo com defecções na base, a maioria dos deputados entendeu a gravidade da herança maldita deixada pelo governo Tarso Genro. Não foi apenas o legado de déficit bilionário de R$ 5,4 bilhões, mas a cultura da gastança irresponsável, descontrolada, demagógica, populista e atrasadíssima. Governos anteriores do campo democrático, como os de Rigotto e Yeda, tentaram tocar propostas semelhantes e não conseguiram êxito. O governo anterior, tentou reduzir os pagamentos das RPVs e não teve sucesso. Os governos Olívio e Yeda tentaram aumentar o ICMS e não conseguiram.

O conjunto da obra produzirá inevitáveis aumentos de receita e reduções de gastos, caminhando na direção do ajuste das contas públicas, portanto da retomada da capacidade do Estado para manter seus compromissos em dia e investir. 

Sartori operou com paciência invulgar e determinação clara, mirando em objetivos de cenários sustentáveis que não são passíveis de conquista imediata, mas apenas alcançáveis no médio e longo prazos.

BALANÇO

O balanço dos projetos enviados e aprovados para a Assembléia mostra o êxito do esforço de Sartori até agora. 

O sexto e último pacote deste ano, ainda mais profundo, irá na semana que vem para o Legislativo. 

Das 29 propostas que integram o chamado Ajuste Fiscal Gaúcho, o Legislativo já aprovou mais da metade (58%) das medidas (projetos de leis e projetos de lei complementar). Ainda tramitam na Casa 12 PLs. Dois decretos e nove medidas administrativas, que não necessitam do aval do Parlamento, foram implementadas pelo governo.

Das 17 propostas aprovadas, o destaque é o PLC 303/2015, que instituiu a Previdência Complementar para os novos servidores estaduais, a exemplo do modelo adotado pelo governo federal.