Raúl Castro e o funeral do 'novo homem' de Che

Michael Reid*

- A análise a seguir é de Michael Reid, ediotor de Américas do “TRhe Economist” e autor de “O Continente Esquecido”. Ele fala sobre o funeral do “novo homem” imaginado por Che Guevara, obra que está a cargo de Raul Castro, em Cuba. É o ocaso, também , do socialismo real ou do comunismo ao estilo soviético. Leia trechos do artigo e também o texto completo no link:

Morto Guevara, elevado ao papel de santo patrono de Cuba comunista, Fidel Castro achou úteis algumas dessas ideias. Mesmo aceitando de má vontade a rigidez da ortodoxia soviética, em troca de enormes subsídios econômicos, Fidel periodicamente invocou o "novo homem" de Che;(...)Ele desencavou o "novo homem" pela primeira vez na "campanha de retificação" da metade dos anos de 1980, que envolveu uma recentralização da economia mesmo quando Mikhail Gorbachev fazia o oposto nos derradeiros dias da União Soviética. O colapso da União Soviética e o fim dos subsídios fizeram a economia cubana encolher 35% em três anos, no começo da década de 1990. Fidel estabeleceu um "período especial em tempos de paz" e fez concessões relutantes ao capitalismo, permitindo a criação de empresas familiares e investimentos externos.
Mas quando encontrou um novo benfeitor em Hugo Chávez, o presidente da Venezuela, Fidel cancelou várias dessas concessões.
(...)
Cuba está ameaçada por uma economia sistematicamente improdutiva e pela falta de incentivos ao trabalho (ou sanções a quem não trabalha), legados, nos dois casos, de seu irmão. Em pronunciamento na Assembleia Nacional, em dezembro de 2010 - a mais completa exposição feita por ele de suas reformas -, Raúl criticou "o excessivo enfoque paternalista, idealista e igualitarista que a revolução instituiu em áreas da justiça social". Mais adiante, no mesmo pronunciamento, declarou: "A realidade dos números, além disso, se sobrepõe a todas as nossas aspirações e desejos" - uma censura tácita a Che e tudo que ele representava.(...)Há vários motivos para acreditar que, desta vez, ao contrário do que ocorreu na metade dos anos 1990, as mudanças econômicas em Cuba não são apenas um ajuste tático. O primeiro deles é que Raúl percebe claramente que não há alternativa. Ao se aliar a Hugo Chávez, Fidel atrelou o destino de Cuba ao poder exercido pelo presidente venezuelano e a sua saúde. E nenhum dos dois parece sólido.
(...)
Raúl sempre disse que as próprias ineficiências de Cuba são uma ameaça maior que o "bloqueio" americano (cuja utilidade política para o regime compensa em muito seu custo econômico). Seus assessores econômicos sabem que Cuba precisa trocar o igualitarismo paternalista de Fidel por um Estado latino-americano de bem-estar social. Isso significa jogar fora a "libreta", com a qual todo cubano recebe uma cesta básica mensal, e lançar um tipo de Bolsa Família voltada para os mais necessitados.
(...)
No crepúsculo da revolução, os horizontes de Cuba estão se contraindo. Trata-se de um país em declínio numa América Latina em ascensão.
(...)As mudanças econômicas não trarão necessariamente a democracia. Há muitas variantes do capitalismo autoritário latino-americano que Cuba poderá adotar.

CLIQUE AQUI para ler o texto completo, publicado no jornal Valor deste final de semana.

7 comentários:

Surfista Prateado disse...

ah ah ah... Bolsa-família? Bem, vai trocar o fracasso imediato do que Cuba sempre adotou para o fracasso a longo prazo, do bolsa-família, onde a vagabundagem também é premiada, mas em doses menores. Diríamos que é mais o estilo assim, GREGO. Faz me lembrar do famoso político, PAIM, O GREGO!

Anônimo disse...

Me desculpe o texto, mas tudo isto não vai der certo em Cuba, felizmente. Bolsa família(?), estado latino-americano de bem-estar social(?, reformas econômicas (?). Não tem mais jeito - a ilha presídio acabou. Só vai melhorar daqui uns cinquenta anos a partir do momento do abandono de tudo o que os irmãos assassinos e o famoso Che fedorento pregaram a vida toda. Virem-se camaradas cubanos.

Anônimo disse...

ALO LUCIANA,MARIA CHORAMINGONA, NÃO VÃO DAR UMA MÃO PARA O "PAÍS MODELO"?

CUBA ESTÁ LIQUIDADA PELA TEORIA COMUNISTA,BURRICE E MAU CARÁTER...

SEM REMÁDIO...

Anônimo disse...

Um quero uma comissão da verdade em Cuba, assim que o familia Castro perder o poder.

Anônimo disse...

Tudo que é feito pelo homem tem os dias contados, muitas vezes só dura o tempo em que ele viver. edus

Anônimo disse...

Enquanto recebiam aquela ajudinha, ou melhor, mesadinha, dos soviéticos, bancavam os valentes, e heróis na luta contra o imperialismo americano.
Agora que secou a teta soviética, se agarram em Chaves e, provavelmente, vão viver de esmola, inclusive, do Brasil.
O mais revoltante é que arrastaram gerações para uma vida miserável, e duvido que aquele país estivesse em situação pior do que está se aqueles porcos não tivessem tomado o poder.
De que adianta a tão propagandeada, e em minha opinião, duvidosa “saúde e educação” de Cuba?
Não há nada pior do que tirar o sonho e a liberdade de alguém.

Anônimo disse...

A Maaria do Rosário, disse recentemente qdo da viagem da dilma carabina a ilha presídio, que não vê problemas de direitos humanos em cuba. A balela do embargo econômico americano a cuba é uma desculpa da esquerda prô fracasso do modelo comunista de gestão. Será que houve embargo tb contra a antiga URSS, polôni comunista e todos os países do leste europeu comunista..?? qdp caiu o comunista na rússia, foram ver o PIB russo era inferior ao do Brasil e ainda é.

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