Dilma continua estacada em 50%. Serra tem tudo para virar o jogo.

A leitura correta dos resultados da pesquisa DataFolha desta segunda-feira é a seguinte: 1) Dilma e Serra congelaram as posições. Esta é a terceira pesquisa seguida que demonstra isto. É um êxito para Serra, porque a linha ascendente de Dilma foi interrompida, o que revela o acerto da nova estratégia tucana. Só não vê isto quem não quer. Caso Serra continue na oposição e a mídia prossiga desvendando a podridão do governo petista, será inevitável a virada. 2) Marina não está herdando os votos perdidos por Dilma, conforme disse na noite desta segunda, no Jornal da Globo, a comentarista Cristina Lobo, simplesmente porque Dilma não perdeu ponto algum. Leia a matéria a seguir do Uol.

Quadro permanece estável
Dilma tem 50%, Serra 27% e Marina 11%

Pesquisa nacional realizada pelo Datafolha nos dias 8 e 9 de setembro aponta estabilidade na disputa pela Presidência da República. Dilma Rousseff (PT) aparece com 50% das intenções de voto, o mesmo percentual obtido pela petista no levantamento anterior, feito há cinco dias. José Serra apresenta oscilação negativa de um ponto percentual e fica com 27% das menções. Marina Silva (PV) passa de 10% para 11%. Todas as variações estão dentro da margem de erro prevista para o estudo que é de dois pontos percentuais.

Os outros candidatos não alcançam a marca de 1%, cada. Pretendem votar em branco ou anular o voto 4% dos entrevistados, enquanto 6% mostram-se indecisos. Na pesquisa de 2 e 3 de setembro, essas taxas eram de 4% e 7%, respectivamente. Considerando-se apenas os votos válidos, Dilma chega a 56%, o que seria suficiente para elegê-la presidente já no primeiro turno.

Ao se analisar a evolução por estratos socioeconômicos e demográficos, não são verificadas mudanças expressivas. Porém, nos segmentos onde as variações são mais nítidas, Marina Silva é a que mais se beneficia nos últimos cinco dias. Entre os que têm escolaridade superior, por exemplo, Dilma cai cinco pontos percentuais, enquanto Marina sobe quatro. O mesmo acontece entre os que têm maior renda familiar mensal. A petista perde sete pontos e a candidata do PV ganha seis. Entre os que têm renda de 5 a 10 salários mínimos, Serra cai seis pontos enquanto Dilma ganha cinco e Marina três.

Verificando-se os resultados pelos estados onde a amostra é expandida para leitura estatística segura, nota-se que nos últimos quinze dias, Dilma cresceu especialmente na Bahia e em Pernambuco. Serra caiu principalmente nesses estados, em Minas Gerais e no Distrito Federal, onde Marina cresceu oito pontos. A candidata do PV também melhorou seus índices no Rio de Janeiro e em São Paulo.

Na intenção de voto espontânea, sem a apresentação dos nomes dos candidatos, Dilma ficou com 39% (era 38%), Serra oscilou negativamente um ponto percentual (passou de 19% para 18%) e Marina oscilou um ponto positivo (de 6% para 7%). A taxa dos que ainda não sabem em quem vão votar para presidente nessa situação permanece em 28%, o mesmo percentual obtido há cinco dias.

Quanto à rejeição aos candidatos, os resultados também estão estáveis. Do total, 32% dizem que não votariam em José Serra (era 31% em 2 e 3 de setembro), contra 22% que reprovam Dilma (era 21%) e 16% que descartam marina (era 17%).

Na simulação de segundo turno entre a petista e o tucano Dilma mantém 56% e Serra oscila um ponto negativo nos últimos cinco dias (de 36% para 35%).