"Somos reféns de bandidos", diz o aposentado. Na verdade, somos reféns de bandidos e de autoridades inconsequentes.
* João Osório é psiquiatra e psicanalista
Uma bala, projétil, pode ser a síntese da impotência com
destrutividade. Pode ser a falência do pensamento, colada à descarga do mal,
pode ser a morte dominando a vida, em vida. Pode ser escrito, filosofado, ter
narrativas do filogenético ao ontológico, do cultural ao econômico, do que quiserem.
No entanto, entre o discurso e os fatos, vive-se nesta patológica urbe a
obscenidade da insegurança.
Virou o fio há muito. A sequência deste estado de
vulnerabilidade entrou no campo do perverso. Um Estado (e federação também), de
tão reduzidas mostras de competência, já mostrou adaptações para a
excepcionalidade. Olhe-se a Copa passada e o que se organiza para a Olimpíada.
Incrível é que não se considere como a verdadeira excepcionalidade o dia a dia
desta população. Somos os destutelados, atletas do cotidiano, com impostos a
pagar e sorrateiramente engolfados na cultura da restrição pelo medo. E, à
classe dirigente, falta-lhe criatividade, e o preciso sentido de urgência.
Aos dias-da-Lava-Jato, materializou-se o engodo que
transferiu, de terno e gravata, a falta e a opressão para o outro, e o outro
somos nós agora confinados às grades das moradias e ao déficit público. Antes
da interrogável corresponsabilidade social, ou de se ter eleito, A ou B, ou
ainda, ter de conviver com o chavão "a vítima reagiu ao assalto",
como se uma desobediência a um treinamento e à delinquência repousasse em algum
artigo da Constituição, importa considerar, para uma parcial compreensão deste
desastre do qual precisamos sair, o surpreendente quantum do contencioso desta
outra delinquência encontrada atrás de suas máscaras eleitoreiras.
Não me alongo se Foucault teria razão, se estamos presos
à engrenagem ou se há como mudá-la.
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3 comentários:
Não adianta chorar o tiririca da serra não prometeu nadinha (com exceção a pegadinha do piso no Tumelero para as professoras) para as bombachudas e bombachudos do RS e mesmo assim teve votação maciça, então procurem compreender e se mantenham de bico calado e sem sair de casa. E da-lhe aumento de impostos nelas (eles) tirica que nós povo gaúcho aceitamos e pagamos de bom grado.
Ao autor, PARABÉNS!
Provavelmente, muitos pensam da mesma maneira mas,,,por que colocamos imbecilidades a nos comandar?
O mundo virou de cabeça para baixo! PENA DE MORTE JÁ!!!!!mas atenção, agora, é para bandidos, pois eles nos aplicam ESSA PENA há muito tempo e o tal de ESTADO....é o paspalhão que a tudo assiste e nada faz!
Desculpas pela inobservancia que havia comentarios
Antes tarde do que nunca, grato às suas palavras
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