Segundo a Folha de São Paulo, os manifestantes eram
ligados a movimentos estudantis e sociais, ao PCdoB e ao PT. Aos gritos de
"traidora", "Cuba sim, ianques não", os militantes tomaram
o salão onde aconteceria o evento.
Abaixo relato da jornalista Flávia Marreiro, enviada
especial da Folha a Feira de Santana.
Manifestantes impedem exibição de filme com presença de
dissidente cubana
Quando Sánchez chegou ao local, os ânimos se exaltaram e
a blogueira chegou a ser recolhida na sala de diretoria, enquanto o senador
paulista Eduardo Suplicy (PT) tentava uma negociação com os manifestantes.
Com chapéu com estrela do Che Guevara, o ex-vereador
local do PT Angel Almeida negociou a mudança do evento: de exibição de
documentário a debate, com participação dos militantes.
Quase uma hora depois, a blogueira que pode sair de Cuba
após 20 tentativas frustradas, finalmente começou a falar, de pé, por 15
minutos: "Vivo numa sociedade onde opinião é traição", começou.
"Protesto faz parte da democracia, agressividade
não", disse Dado Galvão. "É uma cidade pacata", queixou-se.
"É o que a 'Veja' disse que ia acontecer","Acabou tensionando tudo", admite Jader
Dourado, do movimento de bairros de Feira de Santana e que foi candidato a
vereador pelo PT na cidade.Ele negou qualquer orientação nacional para a
mobilização. "Soubemos da visita e fizemos uma reunião com as organizações
na sexta-feira. Era um convite aberto e irrestrito."Na plateia, líderes do protesto no aeroporto de Salvador
ajudavam a mobilização local. Entre eles, Caio Botelho, da UJS (União da
Juventude Socialista), ligada ao PC do B. Panfletos contra a blogueira.Ambos prometem repetir os protestos na agenda de hoje de
Sánchez, que inclui um debate em uma universidade de Feira de Santana. Em São
Paulo, para onde Sánchez segue amanhã, os protestos também devem ser
organizados, informaram os militantes.
"Todo mundo está se organizando em todo o
território", diz Dourado.
3 comentários:
Nem a Folha de S.Paulo, que até em batizado de boneca do PT pergunta quem pagou o vestido da Barbie, parece interessada nesse assunto. E eu desconfio por quê.
Yoani Sánchez é a mais nova porta-bandeira da liberdade de expressão em nome das grandes corporações de mídia e do capital rentista internacional. É a direita com cara de santa, candidata a mártir da intolerância dos defensores da cruel ditadura cubana, a pobre coitada que tentou, vejam vocês, 20 vezes sair de Cuba para ganhar o mundo, mas só agora, que a lei de migração foi reformada na ilha, pode viver esse sonho dourado. Mas continuo intrigado. Quem está pagando?
A mídia brasileira, horrorizada com as manifestações antidemocráticas em Pernambuco e na Bahia, não gosta de lembrar que a atormentada blogueira morou na Suíça, apesar de ter tentado sair de Cuba vinte vezes, nos últimos cinco anos. Vinte vezes!
Façamos as contas: Yoani pediu para sair de Cuba, portanto, quatro vezes por ano, de 2006 para cá. Uma vez a cada três meses. Mas, antes, conseguiu ir MORAR na Suíça. Essa ditadura cubana é muito louca mesmo.
Mas, por que então a blogueira dissidente e perseguida abandonou a civilizada terra dos chocolates finos e paisagens lúdicas de vaquinhas malhadas pastando em colinas verdejantes? Fácil: nos Alpes suíços, Yoani Sánchez poderia blogar a vontade, denunciar a polícia secreta dos Castros e contar ao mundo como é difícil comprar papel higiênico de qualidade em Havana – mas de nada serviria a seus financiadores na mídia, seja a Sociedade Interamericana de Imprensa (SIP), que lhe paga uma mesada, ou o Instituto Millenium, no Brasil, que a tem como “especialista”.
Então, é preciso fazer Yoani Sánchez andar pelo mundo. Fazê-la a frágil peregrina da liberdade de expressão, curiosamente, financiada pelos oligopólios de mídia que representam, sobretudo na América Latina, a interdição das opiniões, quando não a manipulação grosseira, antidemocrática e criminosa da atividade jornalística, em todos os aspectos.
É preciso vendê-la como produto “pró-Cuba”, nem de direita, nem de esquerda – aliás, velha lenga-lenga mais que manjada de direitistas envergonhados. Pena Yoani ter se atrasado nessa missa: Gilberto Kassab, com o PSD, e Marina Silva, com a Rede (Globo?), já se apropriaram, por aqui, dessa fantasia não-tem-direita-nem-esquerda-depois-da-queda-do-muro-de-Berlim.
No mais, se a antenada blogueira cubana tivesse ao menos feito um Google antes de embarcar para o Brasil, iria descobrir:
Dado Galvão, apesar de “colunista convidado” do Instituto Millenium, não é ninguém. Ela deveria ter colado em Arnaldo Jabor;
Porrada nesses petralhas, chega dessa baixaria pelega.
Claro que a petezada é conivente e apoia o governo cubano. O que se lamenta é que infelizmente essa petezada não tenha 'aiinda' se mudado definitivamente para Cuba!
Postar um comentário