Jornal Folha de S.Paulo
18 de julho
O Instituto Mirante, criado pelo empresário Fernando Sarney, filho de José Sarney, foi beneficiado com R$ 250 mil da Eletrobrás entre 2006 e 2007. Ele é chefiado por duas pessoas indiciadas pela Polícia Federal sob a acusação de lavagem de dinheiro, entre outros crimes. Para a PF, Fernando praticava tráfico de influência no setor elétrico do governo, área controlada politicamente por seu pai. Ele nega. Por indicação de Fernando, a casa de Sarney serviu para contato de empresários com a cúpula da Caixa Econômica Federal.
Criado em 2004, o Instituto Mirante, uma entidade sem fins lucrativos, tem o mesmo endereço do Sistema Mirante em São Luís, grupo de comunicação que controla uma afiliada da TV Globo, rádios e um jornal. Fernando é o principal dirigente do conglomerado. No estatuto, o instituto lista objetivos: preservação histórica, educação, ação social, empreendimentos imobiliários, turismo, defesa do ambiente e até pavimentação de estrada e fabricação de remédios.
Segundo o Ministério da Cultura, o instituto recebeu da Eletrobrás em janeiro de 2007, pela Lei Rouanet, R$ 150 mil destinados à realização de festas, de Carnaval a reggae. A Eletrobrás também patrocinou com R$ 100 mil, em abril de 2006, o Baile do Fofão, uma festa do Carnaval maranhense. Fernando Sarney assinou esse contrato com a estatal.
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