Artigo, El País - É política, estúpido

Parecemos alemães quando vamos protestar e brasileiros quando vamos planejar um país ou um governo. Deveria ser exatamente o oposto. Lembro que uma vez, um argentino, alto funcionário do governo de seu país, me explicou a naturalidade com a qual protestos são realizados em Buenos Aires.

Segundo esse oficial do governo, os sentimentos que geram protestos naquele país são infinitamente mais sofisticados do que neste. De largada, a tematização do objeto contra o qual se irá protestar é de suma importância. Protestos sem foco se tornam desfiles, festivais de selfies e paraíso de vendedores ambulantes. Não podemos protestar simplesmente contra os políticos. Isso soa bobo e sem foco. É como protestar contra a maldade ou contra a mentira. O foco dá poder, dá força e realmente faz os governos tremerem na base.

(...)

Política é coisa séria. Se você não gosta de política, não tem problema, mas saiba que alguém que gosta irá fazê-la por você. E isso é um dos grandes problemas do nosso país. Um processo de impeachment não é uma festa, por mais que muitos queiram e outros tantos não, trata-se de um evento associado a uma imagem de fracasso.

Não deveríamos estar preparando festejos nas ruas. Dependendo de que lado você esteja, a indignação é o combustível que move a política. A indignação deve ser a marca dos protestos, dos cânticos e estar presente nos rostos das pessoas. Sorrisinhos, beijinhos e poses para o celular retiram toda a credibilidade do que está ocorrendo.

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3 comentários:

Anônimo disse...

Eu já havia percebido isso. Quando vejo pessoas entrevistadas na TV falando sobre a crise elas estão sempre rindo. Digo para mim mesmo: então para vcs ainda esta bom. Quando começarem a chorar talvez as coisas mudem.

Sheila disse...

a mídia vandida colabora para o clima do "deixa disso" em relação à indignação...pois argumentam que corrupção sempre houve e não foi o PT que inventou (como que dando licença para roubar ao PT, já que outros tbm o fizeram)....Além disso, convencem que a crise não é tão grave, pois entrevistam sempre pessoas conformadas e nunca indignadas com desemprego, criminalidade, inflação, juros, aumento de impostos, conta de luz, etc... Notem que sempre entrevistam pessoas rindo ou que "se adaptam" à crise....Ou que ainda são mais criativas dfo que as outras, pois "é na crise que surgem as oprotunidades".... E assim vão anestesiando a reação do povo...que está por demais cansado de ir às ruas e nada se de concreto acontecer. O PT venceu o povo no cansaço.

Anônimo disse...

Caro Políbio
Concordo totalmente com o artigo e com o comentário de 01:05. O elemento está desempregado e quando entrevistado sorri. O cara está arrasado e sorri em qq entrevista. A turma não consegue pegar condução para voltar para casa e dá entrevista sorrindo. Realmente até parece que vivemos num país de oligofrênicos. Não é atoa que temos uma Jumenta no desgoverno. Também acho que as manifestações tem de ser espontâneas e não marcadas com 3 meses de antecedência como no nosso caso.
Esther

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