Detesto montanha-russa, brinquedo tolo. Ora, tive amores,
me desiludi, fiz filhos, sobra mês no final do meu salário. Com a vertigem viva
da vida real, montanha-russa para quê? No final de semana, levei filha,
sobrinha e afilhados a um parque de diversões. Desnecessário repetir dados
biográficos que fazem da indicação do cabo eleitoral de Dilma para o STF um
escândalo, pois eles estão bem descritos no Reinaldo Azevedo, por exemplo. Os
defensores dessa infâmia brandem o brilhantismo do brilhante professor Luiz
Fachin como se mentes brilhantes não pudessem ser moralmente maléficas.
Escândalos são a especialidade do lulopetismo animado por
um cinismo tal que o PT expande a alma vigarista a cada atitude inescrupulosa,
ficando mais à vontade para a atitude inescrupulosa seguinte, superando a
anterior, num nunca acabar, num jamais se fartar. Mas o PSDB apoiar Fachin é um
equívoco espetacular na coleção espetacular de equívocos do partido que, sem
fazer o que o PT faz – e não deve fazer mesmo – faz o que o PT quer. Numa
coincidência repetida com exasperante frequência para o país que presta e que
se opõe de fato.
O senador Álvaro Dias anunciou apoio em nome do glorioso
Paraná, onde nasceu um e ambos fizeram carreira. O raciocínio estúpido que
ultrapassa a estupidez do bairrismo autoriza todos os senadores não paranaenses
a rejeitarem Fachin. Não é cômico, nem trágico: é o Brasil, esta montanha-russa
desconexa. Entre altos e baixos da nossa história, situo a era FHC no topo do
que pudemos ser como nação e identifico a era lulopetista com pontos tão baixos
quanto as ditaduras de Vargas e a militar. Sim, pois a corrupção, de modo
totalitário e feita sistema de governo sob o lulopetismo, rouba o lugar da
democracia na organização do Estado, na gestão do país e nos códigos sociais. E
ela, claro, já abriu a pupa incubada no STF.
A corte resulta envelhecida pela renovação lulopetista
arcaizante, colonizada por larvas ideológicas-partidárias contrárias aos
princípios constitucionais e republicanos. A era FCH tem no Plano Real a face
mais conhecida sem ser a mais importante, como a modernização das instituições
e instrumentos de gestão do Estado. Impossível fazer mais naquele contexto do
país ainda em transição, em processo de consolidação democrática e de
estabilização institucional. As inovações – às quais Fachin é ideologicamente
contrário – retardaram a deterioração trazida pelo lulopetismo e o ideal seria
Dilma não ter sido eleita, muito menos reeleita, para deter a degradação e
iniciar o saneamento.
Mas, na hora de defender o legado daquele ponto alto da
nossa história e garantir a continuidade para salvaguardar nossa democracia e o
resgate do futuro, o PSDB ─ que tentou importar a social democracia europeia
alheio ao fato de que não importou eleitores, rivais nem as realidades
europeias ─ ficou perdido num tremendo choque de realidade. Zonzo ainda no seu
bundamolismo convicto, não reconhece mais o país que o elegeu duas vezes e que
quase o elegeu no ano passado, desconhece a nação renovada à procura de quem o
represente institucionalmente e, tão lastimável quanto isso, torna-se
irreconhecível para ela. O apoio a Fachin atesta que o PSDB descarilou numa
montanha-russa de baixos e mais baixos.
4 comentários:
Merecemos uma terceira opção, pois haja visto que PSDB é mais do mesmo!
Em tudo verdade ...
Não sei se efetivamente a posição geral do PSDB é a favor do elemento Facchin; no entanto, posso afirmar com certeza: o senador Álvaro Dias traiu o seu partido, o Paraná, o Brasil ... e seus eleitores.
Aliás, está restando pouco do Paraná, onde deputados da assembleia se acobertam em atos mais que escusos, um governo que parece não reagir às provocações, uma oposição petista que usa até os professores para servirem de espantalhos, e um ministério público que investiga supostas vítimas da polícia e faz vistas grossas aos delinquentes que deram partida à violência de dias atrás.
Para piorar tudo isso, agora temos um único senador que, supostamente da oposição, teima em não reconhecer o erro e apoia o candidato do PT ao aparelhamento do supremo.
Os paranaenses estão sendo traídos com um constância assustadora!
Isso deve ser influência do Fernando Henrique. O PSDB é o PT intelectualizado, todo mundo sabe disso. Precisamos de um partido de direita.
Ô bocó das 17,00hs:
Teu candidato direitão assumido à prefeitura de POA Marcel, está com 0,4% nas pesquisas.
Mobilize-se para ver se chega pelo menos no 1%.
Assim fica muito feio.
Acho que a direita Portoalegrense são somente aqueles babacas da banda que foi fazer barulho em frente a casa da Dilma.
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