Saiba por que a bolha do real forte continuará perdendo posição diante do dólar

O material a seguir foi compilado pelo ex-prefeito do Rio, ex-deputado Federal e ex-secretário da Fazenda de Brizola, Cesar Maia, que é economista. O que ele revela: 1) que o viés de desvalorização do real é consistente. 2) que o real não é moeda que tranquilize investidores. Vale a pena examinar o que vai a seguir.

(Globo, 20) Os contratos futuros de dólar negociados na Bolsa de Mercadorias Futuros (BMF) fecharam em forte alta nesta segunda-feira, segundo dados da bolsa. O contrato para outubro de 2011, o mais líquido, fechou a R$ 1,786, com alta de 3,34%. O vencimento novembro de 2011 foi cotado a R$ 1,798, valorização de 3,37%. O contrato para dezembro de 2011 apresentou alta de 3,40% e fechou a R$ 1,810.

2. (Francisco Lopes- Valor Econômico- 15/06/2011) Como em todo colapso de bolha, o movimento pode ser iniciado por um pequeno grupo de profissionais, mas depois se alastra rapidamente e ganha amplitude e intensidade. O resultado é uma forte e rápida depreciação da taxa de câmbio.

3. (Estado de SP, 18) Ranking das moedas mais seguras: Entre 43 países avaliados por estudo de corretoras japonesas, o Brasil (Real), ficou em 29º lugar. O dólar americano permanece no primeiro lugar como moeda mais segura para investir, seguida do iene japonês e do euro. "O Brasil perdeu varias posições quando se avalia a questão da flexibilidade e da conversibilidade do real, em razão das medidas adotadas recentemente, e que amedrontam os investidores, que temem o risco de medidas adicionais no futuro", disse Peter Attard, um dos analistas que assinam o estudo da Nomura Securities.

4.1. (Francisco Lopes - Valor Econômico, 15/06/2011) O Brasil, ao contrário da China, não acumula reservas internacionais porque produz superávit nas transações de bens e serviços com o exterior. No nosso caso, a acumulação de reservas resulta apenas do ingresso de capital estrangeiro e, nos últimos doze meses, apenas 20% desse movimento consistiu em aporte direto de capital para empresas, isto é, em ingresso com uma motivação nitidamente de longo prazo. O resto, incluindo aplicações em ações, renda fixa e os empréstimos intercompanhias (que o Banco Central imprecisamente classifica como investimento direto) são certamente ingressos com motivação mais de curto prazo e de natureza bem mais volátil.

4.2. Bolhas especulativas são fenômenos complexos que não entendemos bem, mas com certeza sabemos que sempre evoluem para o colapso. Nosso palpite é que essa nossa bolha de acumulação de reservas vai estourar em algum momento entre 2013 e 2015. É impossível saber o momento exato e a sequência exata dos eventos na ruptura, apenas sabemos que ela se tornará mais provável quando o mercado de câmbio transitar da atual posição de excesso permanente de oferta para uma posição de equilíbrio ou de excesso de demanda. Isto inevitavelmente vai resultar da deterioração continuada do déficit no balanço de pagamentos em transações correntes.

4.3. A eliminação do excesso de oferta tira o Banco Central do papel de disciplinador do movimento de apreciação e tende a aumentar a volatilidade do mercado. O especulador sabe que nosso regime de livre flutuação na prática tem sido um regime de flutuação amortecida. A maior volatilidade do câmbio torna menos favorável a relação risco-retorno e induz o especulador a reduzir sua posição vendida na moeda brasileira. Como em todo colapso de bolha, o movimento pode ser iniciado por um pequeno grupo de profissionais, mas depois se alastra rapidamente e ganha amplitude e intensidade. O resultado é uma forte e rápida depreciação da taxa de câmbio.

3 comentários:

Anônimo disse...

Resumindo, saimos de onde sempre estivemos, na m....

Anônimo disse...

Prezado Editor

Parece que as fichas começam a cair (para os que têm dinheiro em jogo).

Pergunta inocente, que não é feita pelos brasileiros - Você poria cães comedores de galinhas para tomar conta de um galinheiro?

Feita de outro modo a pergunta poderia ficar assim - Por que entregar a pessoas que odeiam o sistema (embora usufruam dele) a administração do mesmo?

A conta não vai fechar, e creio que não vai passar de 2013.

De qualquer modo, poderemos chamar o maior doutor "honório caudas" do Brasil quando a moeda for pras cucuias. Sds

José Anibal - Taubaté

Anônimo disse...

O sonho acabou, logo, logo, europeus saem do buraco, americanos também, e o sonho "emergente", plantado por parte da mídia e do ex-vagabundo sem dedo, vai por água abaixo, o dólar está subindo de novo, a inflação voltando, o crescimento menor, e os problemas de sempre que temos:
violência, péssima educação, saúde pública um caos, infra-estrutura horrível, e a copa vem aí, para gastar de vez o dinheiro público e gerar outro défcit, fazendo com se contraia nova dívida externa e isso já sabemos: como nos anos 80 e 90.
Isso é para o povo aprender e parar de eleger pseudos salvadores da pátria, mitos criados e mentirosos.

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