Tarso Genro, a escuta telefônica e as algemas

Clipping/ Revista Veja

Assim não, ministro!
Por Gustavo Ioschpe

O ministro Tarso Genro, que ostenta uma admirável e ilibada vida pública, vem protagonizando repetidos abusos à democracia nas últimas semanas, desde a deflagração da operação Dantas. A operação em si, comandada pela Polícia Federal subordinada ao Ministério da Justiça de Tarso, já teve todas as vicissitudes que a imprensa não se cansa de apontar. No imbróglio que se seguiu a ela, o governo chegou ao absurdo de grampear uma conversa entre o seu próprio delegado e um superior e fazer um vazamento altamente seletivo para confirmar uma mentira – de que o delegado Protógenes afastava-se do inquérito por livre e espontânea vontade. Na seqüência, Tarso deu uma entrevista à Folha de São Paulo em que violava o princípio básico de qualquer sistema penal – a presunção de inocência dos réus – ao dizer que Dantas teria muito trabalho para provar sua inocência. Quem terá trabalho é a PF e Promotoria Pública, e para provar a culpabilidade de Dantas, não o inverso.

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