Investigações sobre o caso Alstom mostram que a operação
começou antes do governo tucano
E envolveu até um parente do jurista Hélio Bicudo.
. A reportagem é da edição deste final de semana da revista Época. Assina o jornalista Pedro Marcondes de Moura.
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Os primeiros indícios de que agentes públicos brasileiros
recebiam propina da multinacional francesa Alstom e de que eram parte de um
esquema mundial de corrupção vieram à tona em 1997. A principal prova era um
memorando interno da empresa, um manuscrito em que apareciam três codinomes
ligados a três indicações de percentuais (leia acima). O memorando é essencial
para entender o funcionamento do esquema que pagou, de acordo com o Ministério
Público Federal, o equivalente a R$ 23,3 milhões (em valores atuais) em propina
a agentes públicos do Estado de São Paulo. Em troca da propina, segundo as
acusações, a Alstom conseguiu contratos com estatais paulistas para ampliar e
construir subestações de energia que abasteceriam o metrô. Dois dos codinomes
da corrupção foram rapidamente desvendados. O primeiro, a sigla “C.M.”,
referia-se ao lobista Cláudio Mendes. O segundo nome, “Splendor”, não era um
codinome, mas uma empresa de consultoria que trabalhava para a Alstom. O
terceiro se tornou um grande mistério: “Neves”. Quem era “Neves”? Até
recentemente, não se sabia.
Num depoimento para autoridades suíças, a que ÉPOCA teve
acesso, o ex-executivo e consultor da Alstom Michel Cabane desvendou o
mistério. Ele se devia, em parte, à caligrafia do autor do memorando. O nome,
na verdade, não era “Neves”, mas “Neveu”, ou sobrinho em francês. “Neveu” era
Mário Bicudo Filho, um ex-funcionário da Companhia Energética de São Paulo
(Cesp) que já morreu. Essa descoberta levou a outra: o esquema Alstom não
começou no governo tucano – o domínio do PSDB em São Paulo se iniciou com a
eleição de Mário Covas em 1994 –, mas bem antes, durante as gestões de Orestes
Quércia (1986-1990) e Luiz Antonio Fleury Filho (1991-1994). Mário Bicudo atuava
nesse período, assim como o lobista Cláudio Mendes. Se Mário Bicudo era o
sobrinho, quem era o tio? A resposta, confirmada pelo depoimento: o tio de
Mário Bicudo era o jurista, ex-procurador e ativista dos direitos humanos Hélio
Bicudo. Nos documentos da Alstom, ele aparece identificado pelo codinome
“Tonton” – titio, em francês.
. Hélio Bicudo foi um dos fundadores do PT e integrou a administração de Luiza Erundina na prefeitura de São Paulo.
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2 comentários:
E ainda essa ESQUERDALHA tem o desplante de achincalhar os governos da Contra Revolução de 64! A falha maior, foi ter dado abertura política e não ter dado um fim nesses comunas, traidores da nação brasileira, que só governam em proveito próprio. Vejam o estado em que o Brasil se encontra! Evoluiu depois da abertura política? Que moral tem nossos líderes políticos atuais? Nossas instituições, como estão? A democracia é uma realidade? Precisamos urgentemente de uma nova reforma política, mas com essas lideranças que temos, isso se torna uma utopia. Estamos num beco sem saída, infelizmente!
Então podemos supor que o "modus operandi" pode ter se "espraiado" e chegado a Trens Urbanos botocudos?
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