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Em números
redondos, as receitas foram superestimadas em R$ 4,4 bilhões, e as despesas,
subestimadas em R$ 1 bilhão. A proposta orçamentária para 2015 não contém
dotação para pagamento do reajuste do magistério a vigorar a partir de novembro
deste ano.
A dotação para
investimentos com recursos próprios corresponde a menos de 3% da receita
corrente líquida, com todos eles oriundos de receita fictícia. Então, a dotação
para investimentos com recursos próprios é zero.
Além das receitas fictícias, as demais receitas correntes estão projetadas com um acréscimo de 12,7% sobre o orçamento do ano corrente, cujas receitas deverão ter um grau de realização de 95%. Com isso, o crescimento esperado passa para 18%, ou 12% reais, quando o crescimento do PIB será quase nulo.
Além desse déficit, o novo governo encontrará R$ 1,5 bilhão de recursos de operações de crédito que foram utilizados para financiar despesas correntes. Então, ele terá que realizar com recursos do Tesouro os investimentos que eram objeto dos contratos respectivos. Isso sem falar no denominado empréstimo “jumbo”, anunciado pelo próprio governo, que está por se realizar.
Os déficits que o futuro governo encontrará não são potenciais, decorrentes do não cumprimento de vinculações constitucionais, como antes, mas reais, porque terão origem em despesas já feitas e que se estenderão até 2018.
Além disso, o novo governo encontrará zerado o estoque de recursos que historicamente vinha financiando os déficits, utilizados por meio do caixa único, do qual até o final do ano o atual governo terá sacado R$ 8 bilhões, grande parte oriunda dos depósitos judiciais.
A solução
definitiva para isso está na reforma da Previdência, que deve ser feita
mediante uma mobilização geral de todos os Estados.
2 comentários:
SERÁ UM BURACO NEGRO?
"Além das receitas fictícias, as demais receitas correntes estão projetadas com um acréscimo de 12,7% sobre o orçamento do ano corrente, cujas receitas deverão ter um grau de realização de 95%."
A Contabilidade é uma ciência.
Como pode ser aceito pelo TCE e pela Assembléia que um orçamento contenha receitas fictícias?
É um me engana que eu gosto?
É também uma forma de enganar os contribuintes?
Certamente não podem ser enganados os Contadores, os Economistas e os Técnicos do Tribunal de Contas.
Isso é improbidade administrativa generalizada.
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